Servidores da educação no Rio de Janeiro estão sendo vítimas de um novo tipo de golpe que utiliza o nome do Sindicato dos Profissionais da Educação (Sepe) para aplicar fraudes. O esquema envolve mensagens falsas solicitando transferências financeiras com a promessa de liberação de pagamentos de ações judiciais.
Diante do aumento de casos, o Sepe emitiu um alerta oficial aos seus filiados. O sindicato ressalta que suas ações judiciais são totalmente gratuitas e que qualquer pedido de pagamento, especialmente por meio eletrônico, deve ser encarado como tentativa de golpe.
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Golpe com nome do Sepe preocupa filiados
O golpe ocorre, principalmente, por meio de aplicativos de mensagem como o WhatsApp, onde criminosos se passam por advogados do Sepe e entram em contato com servidores. A alegação comum é de que o servidor precisa fazer um adiantamento financeiro para liberar valores de ações judiciais ganhas, como a do Nova Escola Aposentados, Nova Escola 2002 ou Interníveis.
Os criminosos utilizam linguagem técnica e dados reais sobre os processos, o que torna a fraude ainda mais convincente. As mensagens são acompanhadas de valores e dados bancários para transferências via Pix ou depósito.
Falsas promessas de pagamentos
O principal argumento usado pelos golpistas é a liberação imediata de valores judiciais em troca de um “adiantamento da execução”. Com isso, muitos servidores acabam transferindo dinheiro acreditando que estão apenas antecipando uma parte do que têm a receber por direito.
Posicionamento oficial do Sepe
Diante da gravidade da situação, o Sepe reafirmou que nenhum tipo de ação movida pelo seu Departamento Jurídico exige pagamento prévio. Segundo nota oficial, todas as iniciativas judiciais conduzidas pelo sindicato são gratuitas para os filiados.
Além disso, o Sepe declarou que não utiliza WhatsApp para tratar de questões jurídicas. Toda comunicação ocorre por meio dos canais oficiais do sindicato, como telefone institucional, e-mail ou atendimento presencial.
Telefone oficial para denúncias
Caso algum filiado receba mensagens suspeitas, o sindicato orienta que não realize nenhum tipo de pagamento e entre imediatamente em contato com o Departamento Jurídico pelo telefone:
📞 (21) 2195-0450.
Modus operandi dos golpistas
O esquema de fraude segue um padrão comum de engenharia social. Veja como os criminosos agem:
Etapas da fraude
1. Coleta de dados
Os golpistas utilizam informações públicas ou vazadas, como nomes de processos judiciais e dados dos servidores, para conferir credibilidade à mensagem.
2. Abordagem via WhatsApp
Com um número desconhecido, os criminosos se apresentam como advogados do sindicato e utilizam logos, timbres ou nomes reais de processos.
3. Pedido de adiantamento
A justificativa mais comum é a de “desbloqueio judicial” ou “adiantamento de execução”, normalmente com urgência no pagamento.
4. Transferência via Pix ou depósito
Os valores solicitados são enviados para contas que, logo em seguida, são esvaziadas ou encerradas, dificultando o rastreamento.
Impacto psicológico nos servidores
Para muitos servidores, principalmente os aposentados, a expectativa de receber valores atrasados das ações judiciais é grande. Por isso, ao receber uma mensagem que promete essa liberação, a reação emocional pode suplantar o cuidado necessário.
Esse tipo de golpe se vale da vulnerabilidade emocional e da confiança que os servidores têm no sindicato para obter vantagens financeiras ilícitas.
Casos reais já foram registrados
O Sepe já confirmou que vários filiados relataram prejuízos financeiros após caírem no golpe. A entidade está prestando apoio jurídico às vítimas e reforçando a orientação sobre segurança da informação.
Reforço na segurança e prevenção
Além dos comunicados já emitidos, o Sepe pretende ampliar suas campanhas de conscientização. A proposta é criar cartilhas de orientação, realizar lives informativas e divulgar amplamente os canais legítimos de atendimento.
Ações em parceria
O sindicato também estuda ações conjuntas com órgãos de segurança pública, como a Polícia Civil e o Ministério Público, para que os crimes sejam devidamente investigados e punidos.
Como se proteger de golpes como esse
Para evitar cair em fraudes semelhantes, o servidor deve adotar algumas medidas preventivas:
- Desconfiar de mensagens que solicitam dinheiro;
- Verificar o número e a identidade do remetente;
- Nunca clicar em links suspeitos;
- Confirmar qualquer informação diretamente com o sindicato;
- Bloquear e denunciar números suspeitos no aplicativo;
- Manter-se atualizado com os canais oficiais do Sepe.
Uso indevido do nome de instituições é crime
De acordo com o Código Penal Brasileiro, utilizar o nome de uma instituição para aplicar golpes é crime de falsidade ideológica e estelionato. A pena pode chegar a cinco anos de prisão, além de multa.
Os golpistas que se passam por advogados ou entidades representativas podem responder judicialmente, tanto na esfera criminal quanto cível.
Registro de ocorrência
As vítimas devem registrar Boletim de Ocorrência imediatamente e apresentar as conversas, comprovantes de transações e quaisquer outros dados que possam ajudar nas investigações.
Ações em andamento: Sepe quer rastrear fraudadores
Segundo o sindicato, há esforços para rastrear os números utilizados nas fraudes, com o objetivo de solicitar o bloqueio judicial das contas bancárias envolvidas.
A coordenação jurídica do Sepe também pretende acionar os bancos para rastrear as transferências via Pix e tentar identificar os beneficiários dos valores pagos indevidamente.
Cooperação com operadoras e plataformas
Outra frente de ação é a cooperação com operadoras de telefonia e plataformas de comunicação para identificar os IPs e geolocalização dos autores.
O golpe que utiliza o nome do Sepe para enganar servidores da educação do Rio de Janeiro é mais um exemplo de como a confiança nas instituições pode ser explorada por criminosos. A gravidade da fraude exige atenção redobrada dos filiados e resposta rápida das autoridades.
O sindicato reforça que nenhuma cobrança é feita aos servidores para liberação de valores judiciais e alerta para a importância de verificação direta com os canais oficiais antes de qualquer pagamento. A união entre servidores, sindicato e autoridades é essencial para combater esse tipo de crime e evitar novos prejuízos.