Você precisa de quanto?
Sem consulta ao SPC • Dinheiro em até 24h
Uma nova onda de fraudes envolvendo o sistema de pagamentos instantâneos do Banco Central, o Pix, tem causado medo entre os brasileiros em 2025. A cada ano, os golpistas se mostram mais sofisticados, e agora, uma nova tática que mistura engenharia social, uso de inteligência artificial e invasão de dados pessoais tem preocupado especialistas e autoridades.
O crescimento do Pix e o surgimento de fraudes
Desde seu lançamento em 2020, o Pix revolucionou as transações financeiras no Brasil. Em 2025, o sistema já contabiliza bilhões de operações por mês. A praticidade e a velocidade do Pix o tornaram popular entre todas as faixas da população, mas também o transformaram em alvo recorrente de criminosos digitais.
Segundo dados do Banco Central divulgados no início do ano, mais de 142 milhões de brasileiros já utilizam o Pix, representando cerca de 90% da população economicamente ativa. Com essa popularização, os golpistas encontraram no Pix uma mina de ouro para aplicar novas fraudes.
Você precisa de quanto?
Sem consulta ao SPC • Dinheiro em até 24h
Leia mais:
Pix automático para pensão pode virar lei; veja o que muda para pais e mães
Como funciona o novo golpe do Pix
O golpe que tem assustado os usuários em 2025 é considerado um dos mais inovadores até agora. Ele envolve diferentes fases e explora principalmente a confiança entre pessoas e a exposição nas redes sociais. O golpe é executado da seguinte forma:
Fase 1: Coleta de dados nas redes sociais
Criminosos monitoram redes sociais como Instagram, Facebook, LinkedIn e até TikTok em busca de vítimas. Informações como nome completo, profissão, parentes, locais frequentados e até endereço residencial são obtidas por meio de postagens públicas.
Fase 2: Clonagem de identidade digital
Com os dados em mãos, os golpistas utilizam inteligência artificial para clonar a voz da vítima e criar vídeos falsos com deepfake. Esses vídeos são enviados para parentes ou amigos da vítima, solicitando transferências via Pix com argumentos emocionais — como um acidente ou emergência médica.
Fase 3: Invasão de contas bancárias
Algumas vítimas relatam que, após receberem e-mails ou mensagens com links maliciosos, suas contas bancárias foram invadidas. Os criminosos conseguem acesso ao aplicativo do banco e realizam transferências via Pix para contas de laranjas, dificultando o rastreamento.
Depoimentos revelam impacto do golpe
Diversas vítimas já relataram perdas financeiras significativas. A aposentada Marina Oliveira, de 67 anos, conta que transferiu R$ 9 mil para a suposta filha após receber um vídeo onde a jovem pedia socorro por um acidente de carro. “A voz era igual, o rosto também. Fiquei desesperada”, diz Marina.
Outro caso foi o do autônomo Rodrigo Mendonça, que teve o celular clonado e só percebeu o golpe quando amigos relataram que haviam feito Pix após pedidos de ajuda feitos via WhatsApp.
Por que esse golpe é mais perigoso
O diferencial dessa nova tática está na sofisticação tecnológica. A utilização de deepfake e inteligência artificial torna a fraude quase indetectável para a maioria das pessoas. Além disso, o uso de informações reais retiradas das redes sociais aumenta a credibilidade do golpe.
Especialistas apontam que este é um exemplo claro de como a tecnologia pode ser usada para o mal quando não há regulamentação e educação digital adequada. “Estamos lidando com criminosos que têm acesso a ferramentas muito avançadas. Sem preparo, o cidadão comum se torna uma presa fácil”, afirma o perito em segurança digital Carlos Lacerda.
As instituições financeiras estão preparadas?
O Banco Central e as instituições financeiras estão cientes da nova onda de golpes. Em nota oficial, o BC afirmou estar monitorando os casos e reforçou a importância do uso da autenticação em dois fatores, alertas por SMS e limites de transações por horários.
Os bancos, por sua vez, intensificaram as campanhas de conscientização e estão implementando sistemas de detecção de comportamento suspeito. Algumas fintechs, como medida preventiva, passaram a exigir biometria facial para confirmar transferências de valor elevado via Pix.
O que o usuário pode fazer para se proteger?
A melhor forma de evitar cair em golpes é a prevenção. Veja algumas dicas práticas:
Proteja suas redes sociais
- Evite publicar dados pessoais, como endereço, número de documentos, e rotina diária.
- Mantenha o perfil privado e compartilhe informações apenas com pessoas conhecidas.
- Não aceite solicitações de amizade de desconhecidos.
Desconfie de pedidos urgentes
- Sempre que receber mensagens pedindo dinheiro, mesmo que venham de familiares ou amigos, confirme por telefone ou pessoalmente.
- Preste atenção em erros de digitação, linguagem fora do padrão e tom emocional exagerado.
Atualize seus dispositivos
- Mantenha o sistema operacional e os aplicativos sempre atualizados.
- Use antivírus confiáveis e evite clicar em links suspeitos enviados por SMS, e-mail ou redes sociais.
Use autenticação de dois fatores
- Ative a autenticação em dois fatores em todos os aplicativos, especialmente bancários.
- Códigos enviados por SMS ou por aplicativos autenticadores dificultam invasões.
Estabeleça limites no Pix
- Configure limites diários e noturnos para transações via Pix.
- Solicite ao banco a necessidade de confirmação adicional para transferências acima de determinado valor.
O papel das autoridades e a legislação
A Polícia Federal e os órgãos de defesa do consumidor também estão atentos à nova modalidade de fraude. Investigações já foram abertas em diversas regiões do país, e há pedidos no Congresso Nacional para a criação de leis específicas para crimes que envolvem inteligência artificial e deepfakes.
A proposta prevê penas mais severas para quem utiliza tecnologia com a intenção de enganar, além de obrigar as plataformas digitais a identificarem com mais rigor conteúdos falsificados.
O futuro da segurança digital no Brasil
Com o avanço constante da tecnologia, os desafios da segurança digital se tornam mais complexos. É necessário que os cidadãos, empresas e governos atuem juntos para mitigar riscos. A educação digital é, segundo especialistas, a chave para um ambiente mais seguro.
Programas em escolas, campanhas de conscientização e maior investimento em cibersegurança são ações urgentes. “A velocidade com que esses golpes evoluem mostra que precisamos correr atrás não apenas da solução, mas da prevenção”, conclui o especialista Lacerda.
Considerações finais
O novo golpe do Pix em 2025 representa um marco na evolução das fraudes digitais no Brasil. Seu impacto vai além das perdas financeiras: ele abala a confiança dos usuários em um sistema que até então era considerado seguro e eficiente.
A conscientização, a prevenção e o uso responsável da tecnologia são os únicos caminhos para evitar que mais pessoas sejam enganadas. Enquanto isso, as autoridades precisam agir com agilidade para coibir esses crimes antes que eles se tornem uma epidemia digital.