A Starlink, empresa de internet via satélite de Elon Musk, está prestes a lançar um serviço inovador chamado Direct to Cell, que permitirá a conexão direta de celulares a satélites de órbita baixa. Previsto para ser disponibilizado globalmente a partir de julho, o serviço promete cobrir áreas sem conexão tradicional, beneficiando regiões remotas e comunidades isoladas.
Segundo informações divulgadas pela empresa, o serviço será comercializado por US$ 15 mensais e está em fase de testes nos Estados Unidos, com lançamento gradual previsto para outros países.
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Como funciona o Direct to Cell da Starlink?
O serviço Direct to Cell utiliza satélites de órbita baixa para garantir conexão em locais sem infraestrutura de telefonia móvel. Diferente de sistemas tradicionais que dependem de torres de telecomunicações, essa tecnologia se baseia na comunicação direta entre os satélites e dispositivos móveis compatíveis.
Tecnologia de órbita baixa
A Starlink utiliza uma constelação de satélites posicionados a aproximadamente 550 km da Terra, o que proporciona menor latência e cobertura mais ampla em comparação com satélites geoestacionários, que operam a altitudes muito superiores.
Parceria com a T-Mobile
O funcionamento do serviço é possível graças a uma parceria estratégica com a operadora T-Mobile. No entanto, o sinal da Starlink só será detectado em áreas onde não há cobertura tradicional, como regiões rurais e áreas isoladas.
Em áreas urbanas, onde há presença de torres de telefonia convencionais, o serviço não será detectado, evitando interferências e garantindo a exclusividade da cobertura em locais remotos.
Quais celulares são compatíveis com o Direct to Cell?
Nem todos os smartphones poderão utilizar a tecnologia da Starlink. Apenas aparelhos mais recentes e com suporte a eSIM são compatíveis com o serviço. A lista inclui:
- Apple: iPhone 14, 15 e 16
- Google: Pixel 9
- Samsung: Galaxy A14 em diante, S21 e posteriores
- Motorola: Modelos lançados a partir de 2024
A exigência de eSIM se deve à necessidade de conectividade flexível e sem a dependência de um chip físico, algo essencial para a comunicação direta com os satélites.
Como ocorre a conexão da Starlink com os celulares?
A conexão é estabelecida quando o usuário se encontra em uma área sem cobertura tradicional e o dispositivo é compatível com o serviço da Starlink.
Funções disponíveis inicialmente
No início, o serviço terá um foco voltado para situações de emergência e comunicação básica. Entre as funções previstas estão:
- Envio de mensagens de texto;
- Compartilhamento de localização via Google;
- Realização de chamadas para o número de emergência 911 nos Estados Unidos.
No Brasil, ainda não há informações concretas sobre a integração do serviço com a Anatel, o que pode influenciar o funcionamento de chamadas emergenciais no país.
Por que a Starlink é diferente?
A Starlink se diferencia de outras tecnologias de internet via satélite pelo uso de uma rede massiva de satélites de órbita baixa, ao contrário dos sistemas tradicionais que dependem de poucos satélites posicionados em altitudes elevadas.
Vantagens da abordagem da Starlink
- Menor latência: A proximidade dos satélites em relação à Terra possibilita respostas mais rápidas, ideais para serviços que exigem tempo de resposta ágil, como chamadas de vídeo e até jogos online.
- Maior cobertura: Com milhares de satélites espalhados em órbita baixa, a cobertura é significativamente mais ampla e eficiente.
- Conexão global: A tecnologia oferece acesso à internet em locais onde não há infraestrutura de telefonia móvel ou cobertura terrestre.
O que esperar para o futuro do Direct to Cell?
A expectativa é que a Starlink expanda o serviço para incluir chamadas de voz e acesso completo à internet diretamente via satélite ainda este ano. Caso se concretize, essa ampliação tornará a conexão móvel verdadeiramente global, eliminando a dependência de operadoras locais em muitas regiões.
Desafios e regulamentação
O serviço enfrenta desafios que incluem a necessidade de regulamentação em diferentes países e a ampliação da lista de aparelhos compatíveis. Questões como custos operacionais e aceitação por parte das autoridades locais também precisam ser resolvidas.
No Brasil, por exemplo, ainda não há clareza sobre como a Anatel regulamentará o serviço, especialmente no que diz respeito às chamadas de emergência.
O lançamento do serviço Direct to Cell pela Starlink promete revolucionar a comunicação móvel, especialmente em áreas remotas e de difícil acesso. Ao oferecer conexão direta a partir de satélites de órbita baixa, a tecnologia traz uma solução inédita para locais sem infraestrutura de telefonia convencional.
Embora o serviço inicialmente ofereça apenas comunicação básica, a expectativa é que ele se expanda para incluir chamadas de voz e acesso completo à internet nos próximos meses.
Caso a tecnologia seja implementada com sucesso, ela poderá transformar áreas como segurança, turismo, transporte marítimo e operações de emergência, além de promover inclusão digital em regiões carentes.
O futuro da internet via satélite parece promissor, e a Starlink está na vanguarda dessa revolução tecnológica.