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Muita gente que empreende de forma autônoma decide formalizar seu negócio como Microempreendedor Individual (MEI), mas também atua com carteira assinada. Essa mistura gera várias dúvidas, e uma das mais comuns é: quem é MEI e também trabalha de forma CLT tem direito ao FGTS?
Se essa também é a sua dúvida, prepare-se para entender tudo! Neste artigo, vamos explicar como funciona a relação entre o MEI, o vínculo empregatício e o recebimento do Fundo de Garantia, além de outros detalhes relevantes para quem está nessa dupla jornada. Acompanhe!
O que significa ser MEI?
O Microempreendedor Individual, conhecido pela sigla MEI, é uma categoria empresarial voltada para pequenos empreendedores que desejam legalizar sua atividade de forma simples e acessível. Ao se registrar como MEI, a pessoa passa a ter um CNPJ, pode emitir nota fiscal, acessar benefícios previdenciários e pagar tributos de forma unificada e com valores reduzidos.
Limite de faturamento
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Para continuar enquadrado como MEI, o faturamento anual deve respeitar o teto estipulado pelo governo. Atualmente, esse limite é de R$ 81 mil por ano, o que dá cerca de R$ 6.750 por mês.
Leia mais:
Auxílio-doença para MEI: como funciona, quem tem direito e como pedir
Vantagens de ser MEI
Além da formalização do negócio, o MEI garante acesso a:
- Contribuição para aposentadoria;
- Licença-maternidade;
- Auxílio-doença;
- Cobertura previdenciária em caso de invalidez;
- Abertura de conta bancária empresarial;
- Possibilidade de participar de licitações públicas.
Tudo isso é possível mediante o pagamento de uma contribuição mensal (o DAS-MEI), que inclui impostos simplificados.
MEI pode ter carteira assinada?
Sim, e esse ponto é fundamental. Ser MEI não impede ninguém de ter um emprego com registro em carteira. Isso significa que uma pessoa pode empreender legalmente e, ao mesmo tempo, manter um contrato de trabalho formal regido pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
E o FGTS, entra nessa história?
Agora vem a parte que mais gera confusão: o FGTS. Será que o microempreendedor que também trabalha com carteira assinada tem direito ao benefício?
A resposta é sim, mas com uma condição importante.
Quando o MEI tem direito ao FGTS?
O Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) é um direito exclusivo de trabalhadores contratados sob o regime CLT. Ou seja, quem trabalha com carteira assinada tem direito ao depósito mensal de 8% do salário feito pelo empregador em uma conta vinculada na Caixa Econômica Federal.
MEI com emprego formal: direito garantido
Se a pessoa é MEI, mas também possui um emprego regular com registro em carteira, ela terá direito ao FGTS referente ao trabalho formal. O fato de ser microempreendedora não interfere nesse benefício.
Atuação como MEI: sem FGTS
Por outro lado, a atividade desenvolvida como MEI não gera direito ao FGTS, pois não existe uma relação de emprego com outro contratante. O MEI é, na prática, o próprio patrão. Como não há vínculo empregatício, não há obrigação de pagar FGTS sobre o rendimento da empresa.
Em resumo:
Atividade | Tem direito ao FGTS? |
---|---|
Trabalho CLT | Sim |
Atuação como MEI | Não |
MEI pode contratar funcionário e pagar FGTS?
Outro ponto relevante: o MEI pode ter um único funcionário, desde que esse colaborador receba até um salário mínimo ou o piso da categoria. Nesse caso, o MEI (como empregador) é obrigado a pagar o FGTS do trabalhador contratado.
Portanto, se você é MEI e contratou alguém com carteira assinada, deverá cumprir com as obrigações legais como qualquer outro empregador, incluindo o recolhimento mensal do FGTS.
Vale a pena ser MEI e CLT ao mesmo tempo?
Combinar um emprego fixo com um negócio próprio é mais comum do que se imagina. Muitos brasileiros veem nessa estratégia uma forma de aumentar a renda e garantir mais segurança financeira.
Vantagens da combinação
- Estabilidade com salário fixo: o trabalho com carteira assinada traz garantias como FGTS, férias, 13º salário e previdência.
- Autonomia com o MEI: permite testar ideias de negócio, conquistar clientes próprios e até construir um plano B.
- Acesso a dois mundos: é possível ter os benefícios do INSS tanto pela CLT quanto pelo MEI, ampliando a rede de proteção.
Pontos de atenção
- Declaração de Imposto de Renda: quem tem duas fontes de renda precisa ficar atento à obrigatoriedade de declarar o IR anual.
- Gestão de tempo: conciliar um emprego fixo com a rotina de empreender exige organização.
- Contribuições previdenciárias distintas: você paga o INSS duas vezes — pelo DAS-MEI e pelo desconto do salário CLT — mas isso pode contar como tempo de contribuição desde que os valores mínimos sejam respeitados.
Como manter a legalidade nessa dupla jornada?
Se você deseja continuar atuando como MEI e CLT ao mesmo tempo, fique de olho em algumas regras importantes:
1. Cuidado com o conflito de interesses
Evite prestar serviços como MEI para a mesma empresa em que você é empregado com carteira assinada. Isso pode ser interpretado como fraude trabalhista, especialmente se a contratação via MEI for usada para mascarar uma relação de emprego.
2. Atenção ao limite de faturamento
Caso seus rendimentos como MEI ultrapassem os R$ 81 mil por ano, será necessário migrar para outra categoria empresarial, como microempresa (ME), o que implica em novos tributos e obrigações.
3. Planejamento tributário
A coexistência das duas fontes de renda pode impactar seu IR. Considere o auxílio de um contador para organizar tudo de maneira correta e evitar problemas com a Receita Federal.
Conclusão: dá para ser MEI e CLT sem dores de cabeça
Sim, é totalmente possível — e legal — ser Microempreendedor Individual e, ao mesmo tempo, atuar como trabalhador com carteira assinada. Essa flexibilidade, inclusive, tem sido uma das grandes soluções para quem quer reforçar o orçamento ou realizar um sonho empreendedor sem abrir mão da segurança dos direitos trabalhistas.
O mais importante é entender as regras que regem cada uma dessas situações. Enquanto a renda vinda do emprego CLT garante o recebimento do FGTS, a atividade exercida como MEI não dá direito a esse benefício. Mas, com atenção e bom planejamento, é possível extrair o melhor dos dois mundos — e seguir crescendo com estabilidade e liberdade.
Imagem: Freepik e Canva