A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) é a principal legislação que regula os direitos e deveres dos trabalhadores no Brasil. Criada em 1943, ela passou por diversas atualizações ao longo dos anos para se adaptar às novas dinâmicas do mercado de trabalho.
Em 2025, novas mudanças foram implementadas, e um dos principais pontos de atenção está nas regras para concessão de férias. A nova legislação pode impactar milhões de trabalhadores, exigindo adaptações tanto por parte das empresas quanto dos empregados.
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Como funciona o direito às férias na CLT?
Todo trabalhador contratado sob o regime da CLT tem direito a férias após completar 12 meses de trabalho na mesma empresa, período conhecido como “período aquisitivo”. Após isso, a empresa tem até 12 meses para conceder as férias ao empregado.
Durante as férias, o trabalhador recebe seu salário normal acrescido de um terço do valor, conforme previsto na Constituição Federal. No entanto, há regras para a concessão e fracionamento desse período, que foram alteradas nos últimos anos.
O que mudou no fracionamento das férias?
Com a Reforma Trabalhista de 2017, ficou permitido o fracionamento das férias em até três períodos, desde que o empregado concorde. Porém, algumas regras devem ser respeitadas:
- Um dos períodos deve ter, no mínimo, 14 dias consecutivos.
- Os demais períodos não podem ter menos de 5 dias corridos.
- As férias não podem começar nos dois dias que antecedem um feriado ou o dia de descanso semanal remunerado.
Antes dessa mudança, o fracionamento só era permitido em casos excepcionais e com um limite de dois períodos, e apenas para trabalhadores acima de 50 anos ou menores de 18 anos.
As férias de 30 dias vão acabar?
Embora as novas regras ofereçam mais flexibilidade para o fracionamento das férias, isso não significa que o período de 30 dias será extinto. Os trabalhadores ainda podem usufruir de férias completas, caso prefiram e tenham acordo com a empresa.
Além disso, permanece válida a possibilidade de vender até um terço das férias (10 dias) para a empresa, prática conhecida como “abono pecuniário”.
Impactos da nova legislação para os trabalhadores
As mudanças na CLT refletem um esforço para modernizar as relações de trabalho, buscando um equilíbrio entre a necessidade das empresas e os direitos dos trabalhadores. Algumas das principais consequências da atualização das regras das férias incluem:
- Mais flexibilidade para empresas e empregados: com a possibilidade de dividir as férias, o trabalhador pode organizar melhor seu período de descanso.
- Maior controle sobre o planejamento do descanso: a empresa pode distribuir melhor os períodos de ausência de seus funcionários, evitando prejuízos à operação.
- Possível impacto na qualidade do descanso: trabalhadores que optam por dividir as férias podem sentir que o descanso fica menos prolongado, o que pode influenciar a recuperação física e mental.
Além disso, especialistas alertam que a flexibilização das regras deve ser aplicada com cuidado para não prejudicar o bem-estar dos trabalhadores.
O que mais pode mudar na legislação trabalhista?
As reformas na CLT vêm ocorrendo ao longo dos anos, sempre com o objetivo de modernizar a legislação. Algumas propostas de mudanças que ainda estão em discussão incluem:
- Revisão das regras para home office, regulamentando melhor o controle de jornada e benefícios para trabalhadores remotos.
- Novas diretrizes para contratos temporários e intermitentes, garantindo mais segurança jurídica para empresas e empregados.
- Melhor definição de direitos para trabalhadores de aplicativos, como entregadores e motoristas de transporte por aplicativo.
Essas possíveis atualizações demonstram que a legislação trabalhista continua evoluindo para acompanhar as novas formas de trabalho e as demandas do mercado.
As mudanças na CLT para 2025 reforçam a importância de um ambiente de trabalho mais flexível, permitindo que tanto trabalhadores quanto empregadores possam se adaptar às novas realidades do mercado.
O fracionamento das férias pode ser um benefício para muitos trabalhadores, proporcionando mais opções na escolha do período de descanso. No entanto, é essencial que os empregados conheçam seus direitos para evitar prejuízos na hora de negociar com a empresa.
Diante das novas regras, a orientação é que trabalhadores e empregadores fiquem atentos às atualizações na legislação e busquem informações para garantir o cumprimento correto das normas. Assim, é possível equilibrar produtividade e qualidade de vida, sem comprometer o direito ao descanso.