Em uma medida que impacta diretamente o bolso dos consumidores brasileiros, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou, no dia 25 de abril, a mudança da bandeira tarifária para o mês de maio de 2025. A partir deste mês, a bandeira será amarela, o que significa um aumento nas tarifas de energia elétrica, um reflexo das condições climáticas e da necessidade de acionar usinas termelétricas, mais caras que as hidrelétricas.
A alteração no sistema de bandeiras tarifárias, que desde 2015 tem sido utilizado para refletir a real situação da geração de energia elétrica, gera preocupações, especialmente em um momento de transição do período chuvoso para o seco. O cenário prevê menos chuvas, o que impacta diretamente na geração de energia e na escolha de fontes mais caras. Neste artigo, vamos entender os motivos dessa mudança, os impactos para os consumidores e como é possível minimizar os efeitos dessa alteração na sua conta de luz.

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O que é a bandeira tarifária?
O sistema de bandeiras tarifárias foi criado pela Aneel em 2015 como uma forma de tornar os custos de geração de energia elétrica mais transparentes para os consumidores. Antes da implementação desse sistema, os custos elevados da geração de energia devido ao uso de fontes mais caras, como as usinas termelétricas, eram repassados ao consumidor de forma acumulada e com juros, no ano seguinte. Com as bandeiras, o custo extra é cobrado já no mês em que ocorre a necessidade de acionar essas fontes de energia, proporcionando um ajuste mais imediato.
O sistema funciona com cores que indicam a condição da geração de energia no Brasil. Quando a geração é mais barata, a bandeira é verde, indicando que não há custo adicional. Quando há a necessidade de utilizar fontes de energia mais caras, como as termelétricas, a bandeira muda para amarela ou vermelha, com valores adicionais cobrados por cada 100 kWh consumidos.
Como funciona a bandeira amarela?
A bandeira amarela, que entrará em vigor em maio de 2025, indica que o custo adicional por 100 kWh consumidos será de R$ 1,885. Essa alteração ocorre devido à previsão de menor quantidade de chuvas nas principais regiões de geração de energia, o que implica na necessidade de acionar usinas termelétricas, mais caras em comparação às hidrelétricas. Essa mudança reflete um custo adicional na geração de energia e é repassada ao consumidor.
O impacto para o consumidor
Com a bandeira amarela, o aumento no custo da conta de luz é inevitável. Para uma residência que consome 200 kWh por mês, por exemplo, o aumento pode chegar a quase R$ 4 nas contas de energia elétrica. Embora o valor possa parecer pequeno para algumas famílias, o impacto pode ser significativo em um cenário de crise econômica e aumento de custos gerais.
Além disso, a bandeira amarela se mantém como um alerta para os consumidores, indicando que é hora de repensar seus hábitos de consumo de energia. A Aneel reforçou que a manutenção de hábitos conscientes pode ajudar a minimizar o impacto dessa alteração tarifária.
Por que a bandeira tarifária mudou para amarela?
A mudança da bandeira tarifária para amarela foi motivada principalmente pela queda das chuvas e pela consequente redução da geração de energia nas usinas hidrelétricas, que são as fontes mais baratas de energia. Com o fim do período chuvoso, as previsões indicam que a geração de energia nas hidrelétricas será insuficiente para atender à demanda, o que obrigará a Aneel a acionar as usinas termelétricas para suprir a necessidade de energia elétrica no país.
As termelétricas utilizam combustíveis fósseis como gás natural, carvão ou óleo diesel, e a geração de energia a partir desses recursos é mais cara. Por esse motivo, o acionamento das termelétricas implica em um custo adicional, que, como explicado, será repassado para o consumidor através da bandeira amarela.
O impacto da redução das chuvas
A redução das chuvas é um fator climático crucial para o sistema de geração de energia no Brasil, que depende majoritariamente das hidrelétricas. A previsão para os próximos meses indica que as chuvas serão abaixo da média histórica, o que piora a situação dos reservatórios e torna as termelétricas uma necessidade. Como resultado, o custo da energia elétrica aumenta, impactando diretamente o bolso do consumidor.
Como reduzir o impacto da bandeira amarela?
Embora a mudança para a bandeira amarela seja uma medida imposta por questões climáticas, existem formas de minimizar o impacto dessa alteração na sua conta de luz. A Aneel fez um alerta para que os consumidores adotem hábitos conscientes para reduzir o consumo de energia e, assim, contribuir para a sustentabilidade do setor elétrico.
1. Desligue aparelhos eletrônicos quando não estiverem em uso
Um dos hábitos mais simples e eficazes para reduzir o consumo de energia é desligar aparelhos eletrônicos que não estão sendo usados. Muitos consumidores deixam TVs, computadores e outros aparelhos ligados, mesmo sem necessidade. Isso aumenta o consumo e, consequentemente, o custo da conta de luz.
2. Utilize lâmpadas e aparelhos eficientes em energia
A substituição de lâmpadas comuns por lâmpadas de LED e o uso de aparelhos eficientes em energia, com selo Procel de economia, pode gerar uma redução significativa no consumo de energia elétrica.
3. Evite o uso excessivo de ar-condicionado
O uso do ar-condicionado é um dos maiores responsáveis pelo aumento da conta de luz, principalmente nos meses mais quentes. Optar por ventiladores e tomar medidas simples, como fechar as cortinas durante o dia para evitar o aquecimento excessivo do ambiente, pode reduzir o consumo.
4. Aproveite a luz natural durante o dia
Sempre que possível, aproveite a luz natural do sol. Abrir as janelas e evitar o uso de lâmpadas durante o dia pode ajudar a reduzir a demanda de energia elétrica.
5. Reduza o tempo de uso de chuveiro elétrico
O chuveiro elétrico é outro vilão na conta de luz. Reduzir o tempo de banho e controlar a temperatura do chuveiro pode resultar em uma diminuição significativa no consumo de energia.

A alteração da bandeira tarifária para amarela pela Aneel traz um aumento imediato nos custos da conta de luz para os brasileiros, refletindo a necessidade de acionar usinas termelétricas devido à baixa de chuvas. Apesar da alta nos preços, é possível tomar medidas para minimizar o impacto desse aumento, adotando hábitos de consumo mais eficientes e conscientes. O sistema de bandeiras tarifárias é uma ferramenta importante para garantir transparência e alertar os consumidores sobre a situação da geração de energia, permitindo que se adaptem e ajustem seus hábitos de consumo de maneira proativa.
A recomendação da Aneel é clara: evitar desperdícios e repensar o uso da energia elétrica pode resultar em economia significativa, não apenas na conta de luz, mas também na contribuição para a sustentabilidade do setor elétrico.



