O envelhecimento é um processo natural e inevitável, mas isso não significa que ele deva vir acompanhado de perda de qualidade de vida. Pelo contrário: com os cuidados certos, é possível viver a terceira idade com mais saúde, autonomia e alegria.
No Brasil, a população idosa cresce de forma acelerada, o que exige atenção especial às políticas públicas e aos cuidados individuais para garantir uma velhice digna. Confira a seguir os 10 cuidados mais importantes para o bem-estar dos idosos e como implementá-los no dia a dia.
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O que envolve cuidar da saúde na terceira idade
Envelhecer com saúde não se resume a tratar doenças, mas sim a manter uma rotina de cuidados integrados com o corpo e a mente. A terceira idade exige uma atenção mais ampla, que inclui alimentação adequada, atividade física, apoio emocional e acompanhamento médico regular.
A prevenção é a chave para garantir independência e bem-estar. Quanto mais cedo os hábitos saudáveis são adotados, maiores são as chances de envelhecer com autonomia, dignidade e qualidade de vida. E o melhor: nunca é tarde para começar.
1. Alimentação equilibrada
A alimentação tem um papel fundamental na saúde do idoso. Uma dieta rica em vegetais, frutas, grãos integrais e proteínas magras contribui para o fortalecimento do sistema imunológico, o controle do colesterol, a manutenção do peso e a prevenção de doenças crônicas, como diabetes e hipertensão. Além disso, o consumo adequado de cálcio e vitamina D é essencial para preservar a saúde óssea e evitar a osteoporose, muito comum nessa fase da vida.
É importante também observar a ingestão de água e evitar alimentos ultraprocessados, que são ricos em sal, gordura e açúcar, podendo agravar quadros clínicos e afetar a disposição.
2. Hidratação constante
Com o passar dos anos, o organismo reduz a percepção de sede, o que pode levar à desidratação mesmo em situações de clima ameno. A ingestão diária de água deve ser incentivada, ainda que o idoso não manifeste sede com frequência. A falta de hidratação pode provocar confusão mental, queda de pressão, cansaço excessivo e até infecções urinárias.
Água, sucos naturais e chás sem açúcar são boas alternativas para manter o corpo hidratado. A orientação médica também pode ser útil para ajustar a ingestão em casos de restrição líquida por problemas renais ou cardíacos.
3. Atividade física regular
Praticar exercícios físicos de forma regular melhora o condicionamento cardiovascular, a força muscular, a flexibilidade e o equilíbrio. Atividades como caminhada, dança, hidroginástica e pilates ajudam a manter a autonomia, prevenir quedas e melhorar o humor.
A prática de exercícios também reduz os sintomas da depressão e da ansiedade, estimula a liberação de endorfina e contribui para uma boa noite de sono. É importante que as atividades sejam adaptadas às condições físicas do idoso e acompanhadas por profissionais especializados, sempre respeitando os limites do corpo.
4. Prevenção de quedas
As quedas estão entre as principais causas de internações hospitalares de pessoas idosas. Muitas vezes, elas ocorrem dentro de casa, devido a pisos escorregadios, tapetes soltos, iluminação inadequada ou ausência de barras de apoio em locais estratégicos.
Para prevenir esses acidentes, é recomendável revisar o ambiente doméstico, eliminar obstáculos e adaptar os espaços. Além disso, exercícios que melhoram o equilíbrio e a força muscular, como fisioterapia funcional e alongamentos, são importantes aliados na redução desse risco.
5. Consultas e exames em dia
O acompanhamento médico regular é essencial para detectar doenças em fase inicial, ajustar tratamentos e manter a saúde em dia. Comorbidades como hipertensão, diabetes, artrite e doenças cardiovasculares devem ser monitoradas com atenção, especialmente porque seus sintomas muitas vezes podem passar despercebidos.
Além do clínico geral, é indicado que o idoso tenha um médico geriatra, que possui uma visão mais ampla das particularidades do envelhecimento e pode ajudar a montar um plano de cuidados personalizado.
6. Uso consciente de medicamentos
Com o avanço da idade, é comum que o número de medicamentos prescritos aumente. No entanto, o uso excessivo de remédios — a chamada polifarmácia — pode gerar interações medicamentosas perigosas, efeitos colaterais e complicações de saúde.
Por isso, é essencial que todos os medicamentos sejam prescritos e acompanhados por um profissional de saúde. Revisões periódicas são necessárias para verificar se todos os fármacos ainda são indispensáveis, evitando o uso desnecessário.
7. Manutenção da vida social
O isolamento é um dos maiores desafios da terceira idade e pode levar a quadros de depressão, perda de memória e queda na autoestima. Por isso, manter uma rede de convívio social é tão importante quanto cuidar do corpo.
Participar de atividades em grupo, como aulas, passeios e encontros com familiares e amigos, ajuda a manter o senso de pertencimento, a autoestima e a saúde emocional. A troca de experiências e o sentimento de utilidade fazem toda a diferença para o bem-estar do idoso.
8. Saúde mental em foco
O cuidado com a mente é indispensável em todas as fases da vida, e na velhice, isso se torna ainda mais importante. A depressão e o Alzheimer, por exemplo, são doenças silenciosas que podem afetar significativamente a qualidade de vida do idoso e da família.
Ficar atento a mudanças de comportamento, tristeza constante, esquecimentos frequentes ou desinteresse por atividades que antes davam prazer é fundamental. O apoio psicológico e psiquiátrico deve ser buscado sempre que necessário, e o acompanhamento terapêutico pode ser uma ferramenta poderosa para melhorar o bem-estar emocional.
9. Vacinação em dia
O sistema imunológico tende a enfraquecer com o tempo, tornando o idoso mais suscetível a infecções. Por isso, manter o calendário vacinal atualizado é fundamental para a proteção contra doenças como gripe, pneumonia, hepatite B, tétano, Covid-19 e herpes-zóster.
As vacinas estão disponíveis gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS) e ajudam a reduzir internações e complicações graves. Consultar o médico de confiança ou o posto de saúde mais próximo é o primeiro passo para garantir essa proteção.
10. Atenção também à saúde da boca
Com os avanços na odontologia e no acesso aos cuidados preventivos, muitos idosos mantêm seus dentes naturais por mais tempo. No entanto, isso exige uma atenção constante à saúde bucal, que deve ser adaptada às necessidades dessa fase da vida. Problemas como gengivite, cáries radiculares, boca seca (xerostomia) e infecções podem se tornar mais frequentes e impactar diretamente a alimentação e o bem-estar.
Para quem utiliza próteses dentárias, é essencial higienizá-las duas ou três vezes ao dia com escovas de cerdas extra macias e produtos adequados. Evitar pastas abrasivas ajuda a preservar a superfície do material. Além disso, visitas regulares ao dentista – a cada quatro ou seis meses – garantem a detecção precoce de problemas e contribuem para uma melhor qualidade de vida.
Envelhecer com saúde é possível
A terceira idade pode ser uma fase de plenitude e descobertas, desde que o cuidado com o corpo e a mente seja colocado como prioridade. A adoção de práticas simples, como manter uma alimentação equilibrada, realizar atividades físicas e cuidar da saúde emocional, pode fazer toda a diferença no envelhecimento ativo.