Em 2024, o setor de planos de saúde no Brasil atingiu um marco significativo, alcançando 52,2 milhões de beneficiários de planos médicos e 34,5 milhões de beneficiários de planos odontológicos.
Este crescimento recorde, como apontado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), reflete uma tendência de expansão contínua, especialmente após a pandemia de Covid-19.
O aumento da demanda por planos de saúde mostra que os brasileiros estão cada vez mais buscando segurança em serviços de saúde, tanto médicos quanto odontológicos, diante dos desafios enfrentados nos últimos anos.
Este movimento, que não apenas acompanha o crescimento da população, mas o supera, tem implicações importantes para o setor de saúde suplementar e para o acesso à saúde no país.
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Recorde de beneficiários: um olhar detalhado

Crescimento de planos médicos
Em 2024, os planos de saúde médico-hospitalares registraram uma alta de 862.771 beneficiários em relação ao ano anterior. De dezembro de 2023 para dezembro de 2024, o número de beneficiários subiu para 52.210.290, um crescimento contínuo observado ao longo dos últimos cinco anos.
Isso representa uma resposta significativa da população à busca por serviços médicos privados, especialmente após os impactos da pandemia.
A ANS identificou também que, entre os estados, São Paulo, Minas Gerais e Amazonas se destacaram como os maiores responsáveis por esse dado. Esses estados lideraram os números absolutos de crescimento, refletindo, talvez, um maior acesso a serviços de saúde privados ou um maior poder aquisitivo das populações locais.
Expansão nos planos odontológicos
Os planos exclusivamente odontológicos também tiveram um aumento expressivo, com 34,4 milhões de beneficiários no final de 2024. Este número inclui 2.065.209 novos beneficiários ao longo de um ano. O crescimento mais significativo ocorreu em estados como São Paulo, Minas Gerais e Paraná, que apresentaram as maiores taxas em termos absolutos.
Esse crescimento pode estar ligado à conscientização da população sobre a importância da saúde bucal, refletindo uma mudança nos hábitos de cuidado com a saúde que inclui uma atenção maior ao que muitos consideram um bem-estar integral.
Faixas etárias e o aumento na demanda
O levantamento também revelou que determinadas faixas etárias apresentaram um crescimento mais acentuado tanto nos planos médicos quanto nos odontológicos.
Para os planos de saúde médicos, a faixa etária entre 45 e 49 anos teve um aumento de 240.336 beneficiários, enquanto para os planos odontológicos, a faixa de 45 a 49 anos também foi a que mais cresceu, com 248.771 novos usuários.
Esses números indicam que uma parte significativa da população está priorizando a contratação de planos de saúde à medida que a idade avança, possivelmente em busca de maior segurança e qualidade nos cuidados médicos e odontológicos.
Fatores que impulsionaram o crescimento
O impacto da pandemia
A pandemia de Covid-19 teve um impacto direto no setor de planos de saúde, como destacou a ANS. Muitas pessoas buscaram maior segurança e acesso a serviços médicos durante o período de maior incerteza.
A saúde suplementar passou a ser vista não apenas como um privilégio, mas como uma necessidade. A pandemia, portanto, acelerou uma tendência que já vinha se desenhando, com um aumento na procura por planos de saúde.
Perspectivas para o futuro
Expectativas de crescimento estável

A ANS projeta que o crescimento do setor de saúde suplementar continue estável, embora dependa de fatores econômicos e sociais.
O diretor de Desenvolvimento Setorial da ANS, Maurício Nunes, destacou que a tendência é de manutenção da estabilidade, mas com a necessidade de observar o cenário econômico-financeiro, que impacta diretamente o setor.
A elevação dos custos de saúde e a variação na empregabilidade podem afetar o crescimento do setor nos próximos anos, sendo aspectos cruciais para as projeções futuras.
O desafio de garantir acesso a todos
Outro ponto importante abordado pela ANS é a necessidade de garantir que o crescimento do setor não resulte em exclusão de determinadas camadas da população.
A alta na procura por planos de saúde pode ser visto com otimismo, mas é fundamental que o setor se mantenha acessível e que as condições de contratação e os preços não se tornem impeditivos para boa parte da população.
Conclusão
O setor de planos de saúde no Brasil vive um momento de expansão histórica, com mais de 52 milhões de brasileiros beneficiados por planos médicos e odontológicos. Esse crescimento reflete mudanças no comportamento da população, impulsionadas pela pandemia e pela crescente preocupação com a saúde e o bem-estar.
Contudo, os desafios para garantir a acessibilidade e a sustentabilidade do setor continuam a ser um tema central. A ANS e os demais agentes do setor devem continuar monitorando as tendências e adaptando-se a um cenário em constante evolução.
Com informações de: Agência Nacional de Saúde Suplementar



