O Pix, sistema de pagamento instantâneo criado pelo Banco Central, segue evoluindo desde seu lançamento em 2020. Com mais de 150 milhões de usuários, ele já é o principal meio de pagamento para muitas transações cotidianas no Brasil. Em novembro de 2024, novas regras para o Pix foram implementadas, trazendo limites e medidas adicionais de segurança.
Neste artigo, vamos explicar cada uma dessas mudanças e como elas ajudam a garantir uma experiência mais segura e prática para todos os brasileiros, especialmente para aqueles que ainda desconfiam do sistema.
Por que o Banco Central alterou as regras do Pix?
A decisão de ajustar as regras do Pix se deu principalmente devido ao aumento no número de fraudes e à necessidade de proteger especialmente os usuários mais vulneráveis, como os idosos. Dados recentes apontam que cerca de 20% dos adultos no Brasil ainda não utilizam o Pix, e uma grande parte desse grupo é composta por pessoas acima dos 60 anos. Esses usuários, muitas vezes, evitam o uso do Pix por questões de segurança e dificuldade em adaptar-se à tecnologia.
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Como afirma Maria Ribeiro Lopes, presidente da Unsbras (Associação de Aposentados e Pensionistas), “orientar os idosos sobre o uso seguro do Pix pode trazer praticidade e segurança ao cotidiano deles”. As novas medidas visam também incentivar o uso do sistema, reforçando a confiança na ferramenta.
Novas medidas de segurança do Pix
1. Limites de transação para dispositivos novos
Para proteger os usuários de fraudes, o Banco Central implementou limites específicos para transferências feitas a partir de dispositivos novos. Agora, ao utilizar o Pix em um aparelho ainda não registrado no banco, o limite diário de transferência é de R$ 200, e o limite total diário para transações será de R$ 1.000. Esta medida é uma camada extra de proteção, dificultando o uso fraudulento em caso de roubo ou perda do aparelho.
Como cadastrar um dispositivo para valores mais altos?
Caso você precise realizar transferências acima desses limites, basta cadastrar o dispositivo diretamente com o banco. Uma vez registrado, o dispositivo passa a ter os mesmos limites que você já utiliza habitualmente, sem restrições adicionais.
2. Cadastro obrigatório para transferências de maior valor
Outro recurso de segurança implementado é a exigência do cadastro prévio de dispositivos para transferências acima de determinados valores. Com isso, o Banco Central assegura que apenas dispositivos devidamente cadastrados poderão realizar transações de alto valor, o que reduz o risco de fraudes.
Para quem já utiliza dispositivos registrados, as mudanças são quase imperceptíveis, mas essa nova camada de segurança faz diferença, principalmente para os idosos e usuários mais inseguros com o sistema.
3. Monitoramento aprimorado pelas instituições financeiras
As instituições financeiras também terão papel importante no novo sistema de segurança do Pix. Agora, os bancos deverão implementar um sistema de monitoramento contínuo para identificar e bloquear transações suspeitas. Esse monitoramento será feito com base no perfil de uso do cliente, podendo incluir bloqueios temporários em casos que fujam ao padrão normal de uso.
Além disso, as instituições financeiras deverão revisar semestralmente os registros de fraude junto ao Banco Central. Com isso, medidas mais rigorosas podem ser aplicadas, como a suspensão de contas fraudulentas e ajustes nos limites de transação de usuários que apresentem comportamento suspeito.
O que vem por aí: novidades para 2024 e 2025
O Banco Central não para por aí e já está preparando novas funcionalidades para o Pix. Abaixo, listamos algumas das principais inovações previstas para os próximos anos:
Pagamento por aproximação
Em breve, o Pix também permitirá o pagamento por aproximação, uma função que deve ser liberada até o final de 2024. A funcionalidade permitirá que os usuários façam pagamentos com apenas um toque, diretamente em suas carteiras digitais, de forma semelhante aos pagamentos por aproximação de cartões de crédito e débito.
Essa novidade promete trazer ainda mais praticidade e rapidez, especialmente em compras do dia a dia, como em supermercados e lojas de conveniência.
Pix automático (débito recorrente)
Em junho de 2025, o Banco Central planeja lançar o recurso de “Pix automático”, semelhante ao débito automático, que permitirá aos usuários programar pagamentos recorrentes para despesas fixas, como mensalidades escolares, taxas de condomínio e outros serviços que requerem cobrança periódica.
Uma das grandes vantagens do Pix automático é que ele será gratuito para o pagador e permitirá total controle sobre as autorizações. O usuário poderá ajustar o valor ou cancelar o débito a qualquer momento, aumentando a flexibilidade e o controle dos pagamentos.
Por que as novas regras do Pix são importantes?
Essas atualizações no sistema do Pix vêm em resposta ao crescimento massivo de sua popularidade. Com milhões de brasileiros aderindo à ferramenta, o Banco Central buscou reforçar a segurança do sistema sem perder a agilidade que conquistou os usuários. Para garantir isso, novas regras foram implementadas, proporcionando maior confiança, especialmente para os idosos e pessoas com menos familiaridade com o mundo digital.
Ao melhorar a segurança e tornar o sistema mais confiável, o Banco Central espera ampliar o uso do Pix e oferecer maior inclusão financeira, trazendo o público que ainda não adotou a tecnologia para essa nova realidade.
Como as mudanças refletem o compromisso do Banco Central com o futuro digital
Com as novas medidas, o Banco Central reforça seu compromisso com a modernização do sistema financeiro do Brasil. O Pix não apenas facilita pagamentos, mas também se torna uma ponte para um futuro mais digital, seguro e inclusivo. Isso demonstra que o Banco Central está atento às necessidades de seus usuários e disposto a aprimorar as tecnologias disponíveis para o bem-estar de todos os brasileiros.
Considerações finais
As novas regras do Pix trazem um sistema de pagamento instantâneo ainda mais seguro e acessível, abrindo caminho para que mais brasileiros possam usufruir dessa ferramenta. Desde os limites para dispositivos novos até a possibilidade de pagamentos por aproximação, o Pix continua a evoluir e a se adaptar às necessidades da população, garantindo segurança e praticidade. O futuro do sistema promete ser ainda mais inovador, com funcionalidades que facilitarão a vida financeira de milhões de brasileiros.
Essas mudanças no Pix consolidam sua posição como um dos sistemas de pagamento mais modernos e eficientes do mundo, ao mesmo tempo em que reafirmam a busca pelo equilíbrio entre segurança e acessibilidade.