Mais de 10 milhões de brasileiros ainda não resgataram os R$ 26,3 bilhões disponíveis no antigo fundo PIS/Pasep. Os valores, acumulados entre 1971 e 1988, pertencem a trabalhadores com carteira assinada e servidores públicos da época.
Mesmo após o falecimento do titular, os recursos podem ser acessados pelos herdeiros, desde que apresentem os documentos exigidos. O valor médio por pessoa é de R$ 2,8 mil, corrigido pela inflação, e o prazo final para saque é setembro de 2028.
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O que é o fundo PIS/Pasep e quem tem direito
Histórico do fundo
O Programa de Integração Social (PIS) foi criado em 1970 para o setor privado, enquanto o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (Pasep) surgiu em seguida para os servidores públicos. Em 1975, os dois foram unificados no Fundo PIS-Pasep, recebendo depósitos de empresas e do governo até 1988.
Quem pode sacar
Têm direito ao saque os trabalhadores que atuaram com carteira assinada ou como servidores públicos entre 1971 e 1988. Herdeiros também podem reivindicar os valores com a documentação correta.
Estima-se que mais de 10 milhões de pessoas ainda não sacaram suas cotas. O valor exato depende do tempo de serviço e do salário à época.
Como consultar e sacar os valores
Consulta online
Para verificar se há saldo disponível, basta acessar o site Repis Cidadão com login gov.br, utilizando o CPF ou o Número de Identificação Social (NIS). O NIS pode ser encontrado na carteira de trabalho ou em extratos do FGTS.
Para trabalhadores vivos
O saque pode ser feito pelo aplicativo do FGTS ou diretamente em uma agência da Caixa Econômica Federal. Basta apresentar um documento de identidade válido.
Para herdeiros
Herdeiros devem apresentar documentos como:
- Certidão de dependente habilitado à pensão por morte (INSS ou regime próprio);
- Autorização judicial assinada por todos os sucessores;
- Documentos de identidade e CPF do titular falecido e dos herdeiros.
Calendário de pagamentos
- Pedidos até 28/02/2025 → pagamento em 28/03/2025
- Pedidos até 31/03/2025 → pagamento em 25/04/2025
- Pedidos até 30/04/2025 → pagamento em 26/05/2025
(datas seguem padrão mensal até 2028)
Por que ainda há tanto dinheiro esquecido?
Falta de informação e burocracia
Durante décadas, milhões de trabalhadores não foram informados sobre os valores que tinham direito. Além disso, muitos não sabiam como acessar o sistema para saque ou desistiram diante da burocracia.
Transferência de recursos
Em 2020, os valores do fundo foram transferidos ao FGTS, e em 2023, passaram a integrar uma conta única do Tesouro Nacional. Essa movimentação gerou dúvidas sobre a real titularidade dos recursos.
Dificuldade para herdeiros
Reunir documentos pode ser uma barreira, especialmente para famílias grandes ou com herdeiros residindo em diferentes estados. Isso tem atrasado muitos pedidos.
Diferenças entre o fundo antigo e o abono atual
Poupança x benefício anual
O fundo PIS/Pasep era uma poupança individual, depositada entre 1971 e 1988. Já o abono salarial atual é um pagamento anual para trabalhadores que preencheram certos critérios no ano-base.
Característica | Fundo PIS/Pasep | Abono Salarial Atual |
Período de vigência | 1971 a 1988 | Anual |
Base de cálculo | Tempo de serviço | Tempo + salário |
Valor | Correção monetária | Até 1 salário mínimo |
Direito de herdeiros | Sim | Não |
Como o dinheiro é pago
Pagamento pela Caixa
Após a solicitação, a Caixa deposita o valor em conta corrente, poupança ou poupança social digital. Para quem não tem conta, uma será criada automaticamente.
Prazo médio de análise
A análise pode levar algumas semanas, principalmente em casos de herdeiros ou de documentação incompleta.
Impacto econômico para famílias e para o país
A liberação de R$ 26,3 bilhões pode aliviar o orçamento de milhões de famílias. Com um valor médio de R$ 2,8 mil por pessoa, é possível pagar contas, investir ou até iniciar um pequeno negócio.
Como o valor pode ser utilizado
- Quitar dívidas bancárias ou pessoais
- Compra de alimentos e itens essenciais
- Investimento em cursos ou saúde
- Capital inicial para microempreendimentos
Além disso, o dinheiro que não for resgatado até 2028 será incorporado ao Tesouro Nacional, ajudando na organização fiscal do governo.
O que acontece após o prazo final
Data limite: setembro de 2028
Após essa data, os valores não poderão mais ser sacados. A legislação determina que todo o montante não reclamado será transferido definitivamente ao governo federal.
O que fazer agora
- Verifique seu NIS e CPF
- Crie ou atualize sua conta no gov.br
- Reúna os documentos necessários com antecedência
- Consulte regularmente os canais oficiais da Caixa e do Ministério da Fazenda
Dicas práticas para não perder o dinheiro
Para trabalhadores vivos:
- Tenha o documento de identidade em mãos
- Verifique seu número do NIS
- Baixe e atualize o aplicativo do FGTS
Para herdeiros:
- Solicite certidões em cartórios e no INSS
- Converse com os demais herdeiros para organizar a documentação
- Providencie uma autorização judicial, se necessário
O saque dos valores esquecidos no fundo PIS/Pasep representa uma grande oportunidade financeira, especialmente em tempos de instabilidade econômica. Com mais de R$ 26 bilhões disponíveis, trabalhadores e herdeiros precisam agir com rapidez e atenção para garantir seu direito.
A digitalização dos processos e o calendário estabelecido pela Caixa facilitam o acesso, mas ainda existem desafios, especialmente para herdeiros. Portanto, é fundamental iniciar o processo o quanto antes, reunir os documentos necessários e seguir todas as orientações para evitar surpresas ou a perda definitiva do valor.
Se você ou alguém da sua família trabalhou entre 1971 e 1988, consulte já seus dados. Não deixe esse dinheiro parado enquanto ele pode fazer a diferença no seu presente.