Saiba por que até 90% dos pedidos de auxílio-doença são negados pelo INSS e entenda o impacto do sistema de perícia digital Atestmed. Conheça os desafios e ajustes necessários para melhorar a transparência e eficiência.
Auxílio-Doença: INSS Nega 90% dos Pedidos e Sistema de Perícia Digital Atestmed Gera Debate sobre Transparência e Eficiência
O que é o Auxílio-Doença?
O auxílio-doença, rebatizado como benefício por incapacidade temporária, é uma assistência social concedida pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) para segurados que, devido a problemas de saúde, não conseguem trabalhar temporariamente. Esse benefício é de grande importância para trabalhadores formais e informais, garantindo-lhes uma renda mínima enquanto se recuperam. Contudo, a dificuldade na concessão desse benefício tem gerado preocupação entre os segurados, especialmente com a implementação do sistema de perícia digital Atestmed.
Leia mais:
Empresas que pagam dividendos em novembro: confira a lista e garanta seu rendimento
Alta Taxa de Recusa: Até 90% dos Pedidos de Auxílio-Doença São Negados
Dados recentes indicam que cerca de 90% dos pedidos de auxílio-doença são recusados após avaliação presencial, um número alarmante que levanta questões sobre a eficiência e precisão do processo de análise. Esse índice de negação aponta para um sistema que, apesar de adotar tecnologias como o Atestmed, ainda falha em atender a demanda e em garantir que os benefícios cheguem a quem realmente necessita.
O Papel do Atestmed na Concessão do Auxílio-Doença
O Atestmed, sistema desenvolvido pelo INSS, permite que as perícias médicas sejam realizadas digitalmente, acelerando o processo de avaliação e evitando longas filas. Com essa inovação, o INSS consegue analisar uma parte dos pedidos de auxílio-doença sem a necessidade de perícia presencial inicial, dependendo apenas de uma análise documental. Contudo, a ANMP (Associação Nacional dos Médicos Peritos) alerta que o sistema, apesar de facilitar a liberação inicial, contribui para a instabilidade dos benefícios, levando a cortes frequentes.
Como Funciona o Sistema de Perícia Digital Atestmed?
O sistema Atestmed foi criado para agilizar a concessão de benefícios do INSS, especialmente o auxílio-doença, durante e após a pandemia. Ele permite que o segurado envie o laudo médico e os documentos solicitados pelo INSS sem necessidade de comparecimento imediato a uma agência. Com isso, a análise é feita rapidamente, e o benefício pode ser concedido temporariamente.
No entanto, o Atestmed realiza concessões baseadas em informações documentais, o que pode causar concessões inadequadas, como no caso de diagnósticos leves ou de condições temporárias que não justificam a incapacidade laboral prolongada. Com isso, o sistema gera mais recusas ou cortes após revisão presencial.
Críticas ao Sistema e Desafios na Avaliação Digital
A análise digital realizada pelo Atestmed baseia-se em documentos como atestados médicos e laudos, mas a ausência de perícia presencial no processo inicial torna o sistema menos preciso. Para garantir que o benefício chegue a quem realmente necessita, é essencial que o sistema considere diagnósticos precisos, com detalhamento do Código Internacional de Doenças (CID), tempo estimado de incapacidade e explicações claras sobre a condição médica.
Para os médicos peritos, o Atestmed limita a avaliação, pois eles só podem negar o benefício em casos de erros evidentes, como ausência de CID ou documentos incompletos. Dessa forma, a concessão inicial muitas vezes ocorre por questões burocráticas e não pela análise profunda da condição do segurado, gerando cortes posteriores e frustrações para o segurado.
O Dilema dos Segurados: Eficiência ou Consistência?
Para os segurados, a inovação que o Atestmed representa também é um desafio. Embora o sistema tenha facilitado o acesso inicial ao auxílio-doença, a instabilidade do benefício gera insegurança financeira para aqueles que dependem do benefício. O dilema surge: optar por uma análise rápida e digital, mas que pode ser temporária, ou investir em um processo presencial mais criterioso?
A falta de previsibilidade é uma das maiores queixas dos segurados. Segundo relatos de beneficiários, muitos benefícios concedidos digitalmente são cortados sem aviso prévio após a revisão presencial, deixando-os sem assistência. Essa inconstância leva a uma sensação de desamparo, o que é ainda mais agravado pela burocracia e pelos prazos que o INSS impõe para novos pedidos ou revisões.
Novas Reformas e Ajustes no Sistema de Concessão do Auxílio-Doença
Diante das dificuldades e do alto índice de recusas, o INSS está promovendo mudanças no sistema de concessão do auxílio-doença. Entre as principais reformas planejadas estão:
- Triagem Eficiente: Um processo de triagem aprimorado para avaliar os pedidos de auxílio-doença de acordo com a gravidade da condição médica e o perfil do segurado.
- Ajuste dos Prazos: A concessão automática de prazos mais adequados com base no tipo de doença e na condição de saúde do solicitante, reduzindo o risco de cortes bruscos.
- Redução de Fraudes: Controle mais rígido para evitar concessões indevidas, principalmente no uso do Atestmed, que facilita a liberação inicial sem perícia presencial.
Essas mudanças buscam tornar o sistema mais eficiente, focando na redução de fraudes e na concessão justa do auxílio-doença, preservando recursos e assegurando que aqueles que realmente precisam sejam atendidos.
Perícia Presencial: Uma Solução Necessária?
Para garantir uma avaliação justa e precisa, especialistas sugerem que o INSS intensifique as perícias presenciais, especialmente em casos em que há dúvidas sobre a real incapacidade do solicitante. A presença de um médico perito para uma análise detalhada da condição de saúde do segurado é crucial para evitar concessões indevidas e, ao mesmo tempo, garantir que o benefício seja concedido a quem realmente necessita.
Conclusão: O Futuro do Auxílio-Doença e a Importância da Transparência no INSS
A crescente taxa de recusa nos pedidos de auxílio-doença levanta questões importantes sobre a eficiência do sistema de perícias digitais e a transparência do INSS. O Atestmed, embora seja uma ferramenta inovadora, mostrou limitações significativas ao basear suas análises em documentos e ao dificultar a verificação detalhada das condições de saúde dos segurados.
Para enfrentar esses desafios, o INSS deverá continuar aprimorando seu sistema de concessão, equilibrando a agilidade proporcionada pela tecnologia com a precisão das avaliações presenciais. Dessa forma, o órgão poderá garantir que o auxílio-doença seja direcionado a quem realmente precisa, promovendo maior transparência e segurança para todos os beneficiários.