Você precisa de quanto?
Sem consulta ao SPC • Dinheiro em até 24h
Muita gente que recebe o Benefício de Prestação Continuada (o famoso BPC) fica em dúvida na hora de aceitar uma proposta de emprego: “E se eu perder o benefício e depois não conseguir me manter no trabalho?”. Pensando nisso, o INSS criou um reforço: o Auxílio-Inclusão, um benefício que dá uma força para pessoas com deficiência que decidiram trabalhar, mesmo tendo aberto mão do BPC.
A ideia é clara: estimular a inclusão social e a autonomia financeira, sem deixar o cidadão desamparado. Vamos entender como funciona, quem pode receber e como pedir esse auxílio.
Uma ponte entre o BPC e o mercado de trabalho
O Auxílio-Inclusão foi oficializado em 2021 e é fruto da Lei Brasileira de Inclusão (LBI). Trata-se de um benefício assistencial pago pelo INSS, mas com um diferencial: ele é voltado para pessoas com deficiência que já foram beneficiárias do BPC e, agora, ingressaram no mercado de trabalho.
Você precisa de quanto?
Sem consulta ao SPC • Dinheiro em até 24h
Mas tem um detalhe importante: ele não acumula com o BPC. Na prática, se a pessoa começar a trabalhar, o BPC é suspenso, mas ela pode solicitar esse novo auxílio como uma forma de transição.
Leia mais:
BPC negado? Entenda os motivos e saiba como virar o jogo
Quem pode pedir o Auxílio-Inclusão?
Antes de sair correndo para o app do Meu INSS, veja se você se encaixa nos requisitos. O Auxílio-Inclusão é voltado exclusivamente para quem:
- Já recebeu o BPC em algum momento nos últimos cinco anos
- Teve o BPC suspenso porque começou a trabalhar com carteira assinada ou como servidor público
- Está com CPF regularizado
- Tem renda familiar per capita de até 1/4 do salário mínimo
- Está inscrito no Cadastro Único do Governo Federal
- Trabalha com remuneração de até dois salários mínimos mensais
- É segurado do INSS ou de regime próprio de previdência
Esses critérios garantem que o benefício vá para quem realmente precisa e que está em fase de inserção profissional.
E os trabalhadores autônomos?
Por enquanto, quem trabalha como autônomo ainda não pode receber o Auxílio-Inclusão, pois essa modalidade depende de uma regulamentação específica que ainda está em discussão. Portanto, hoje, só empregados formais e servidores públicos têm direito ao benefício.
Como funciona a análise da renda familiar?
A regra básica para análise da renda familiar é clara: ela não pode ultrapassar 1/4 do salário mínimo por pessoa da casa. Mas nem todo tipo de rendimento é considerado nesse cálculo.
Ficam de fora:
- O próprio valor do Auxílio-Inclusão
- Bolsas de estágio supervisionado
- Salários recebidos em programas de jovem aprendiz
- Remuneração do trabalhador com deficiência que não passe de dois salários mínimos
Esse cuidado evita que o benefício seja cortado injustamente e preserva o direito de outros membros da família também receberem o auxílio, caso tenham direito.
Pode receber o Auxílio-Inclusão junto com outros benefícios?
Quem recebe o Auxílio-Inclusão não pode acumular com os seguintes benefícios:
- O próprio BPC
- Aposentadoria
- Pensões de qualquer regime
- Benefícios por incapacidade (como auxílio-doença)
- Seguro-desemprego
Essa limitação evita duplicidade de pagamentos e garante que o recurso vá para quem realmente está em processo de inclusão produtiva.
E se o trabalhador perder o emprego?
BPC pode ser reativado
Se a pessoa deixar de trabalhar por qualquer razão — seja demissão, fim de contrato ou outro motivo — ela pode solicitar o retorno do BPC, desde que continue dentro dos critérios exigidos para o benefício.
Isso dá uma espécie de rede de proteção social, evitando que o cidadão fique desamparado durante a transição entre trabalho e novo pedido de assistência.
Como pedir o Auxílio-Inclusão?
O pedido do Auxílio-Inclusão é feito direto com o INSS, e existem três formas práticas para isso:
- Pelo site Meu INSS
- Pelo aplicativo oficial do INSS (disponível para Android e iOS)
- Ou pelo telefone 135
Na hora do pedido, é importante ter em mãos:
- Documento de identidade
- Número do CPF
- Comprovante de vínculo empregatício (carteira assinada, termo de posse, etc.)
- Comprovante de inscrição no CadÚnico
- Informações sobre a composição familiar e a renda
Durante o contrato de trabalho, o BPC fica suspenso automaticamente, e o pagamento do novo auxílio começa a valer.
Qual é o valor do Auxílio-Inclusão?
O valor pago atualmente é de 50% do salário mínimo vigente, o que, em 2025, corresponde a R$ 706,00, considerando o salário mínimo de R$ 1.412,00. Esse montante é pago mensalmente, enquanto a pessoa estiver empregada e atender aos critérios.
Por que o Auxílio-Inclusão é tão importante?
Inclusão de verdade começa com independência
Mais do que um valor financeiro, o Auxílio-Inclusão representa o reconhecimento da capacidade das pessoas com deficiência. É uma forma de garantir que elas não fiquem presas à assistência social, mas tenham condições reais de se desenvolver profissionalmente.
Além disso, ele estimula a formalização do trabalho e combate o medo de perder o apoio do BPC, algo que por muito tempo limitou a autonomia de milhares de brasileiros.
Considerações finais
O Auxílio-Inclusão é um avanço importante na política de inclusão e assistência social no Brasil. Ele oferece um caminho mais seguro para quem quer trabalhar, mas ainda precisa de apoio para conquistar estabilidade. Se você se enquadra nos critérios, não deixe de solicitar esse direito.
Este é mais um passo para construir um país onde todos possam participar do mercado de trabalho com dignidade, igualdade e oportunidades reais.
Imagem: Freepik e Canva