As regras do programa Bolsa Família passaram por mudanças significativas em 2025, especialmente para as chamadas famílias unipessoais. Com base em um novo decreto assinado pelo presidente Lula, o governo estabeleceu critérios mais rígidos para garantir que o benefício chegue a quem realmente precisa.
A principal mudança é a obrigatoriedade de uma entrevista domiciliar para pessoas que vivem sozinhas e desejam ingressar ou atualizar seu cadastro no programa. A medida tem como objetivo reduzir fraudes e aumentar a precisão das informações no Cadastro Único.
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Entrevista domiciliar é exigência para novos cadastros
Com a nova regulamentação, todo cidadão que se declarar como família unipessoal precisará receber uma visita da assistência social para validar os dados informados. Essa visita domiciliar será essencial para confirmar a ausência de outros moradores no endereço e verificar a real condição de vulnerabilidade do solicitante.
A exigência vale tanto para quem deseja se cadastrar quanto para aqueles que precisam atualizar as informações no prazo de até dois anos. O não cumprimento da nova etapa pode levar à suspensão temporária do pagamento.
Grupos vulneráveis têm tratamento diferenciado
Apesar da rigidez imposta à maioria dos beneficiários unipessoais, o governo federal manteve condições especiais para grupos em maior vulnerabilidade. Pessoas em situação de rua, indígenas e quilombolas continuam com direito ao benefício mesmo sem a obrigatoriedade da entrevista.
Essa distinção leva em conta as dificuldades enfrentadas por esses públicos no acesso a documentos e residências fixas, além de reforçar o compromisso com os direitos humanos e a inclusão social.
Atualização cadastral continua sendo obrigação
Independentemente das novas regras, a manutenção do Bolsa Família segue condicionada à atualização do Cadastro Único. Todos os beneficiários devem comparecer ao CRAS pelo menos uma vez a cada 24 meses para validar seus dados pessoais e familiares.
Documentação necessária
Na hora da atualização, é fundamental apresentar:
- Documento com foto (como RG ou CNH);
- CPF de todos os membros da família;
- Comprovante de residência;
- Certidão de nascimento ou casamento, se houver.
Essa etapa é crucial para garantir que os recursos sejam direcionados de forma justa, considerando a real situação econômica e social dos beneficiários.
Como funciona a entrevista domiciliar
Objetivo da visita
Durante a entrevista domiciliar, os agentes da assistência social avaliam o local de moradia, os bens disponíveis e a existência de outros moradores não declarados. Essa ação busca evitar registros indevidos e assegurar a integridade dos dados no Cadastro Único.
Além disso, os profissionais avaliam se o cidadão se enquadra nos critérios legais para o recebimento do Bolsa Família, como renda per capita inferior a R$ 218.
Agendamento da visita
O agendamento pode ser feito diretamente em uma unidade do CRAS, ou por meio de campanhas organizadas pelas prefeituras. Em algumas situações, o próprio município entra em contato com o beneficiário para marcar a visita, por isso é importante manter o telefone e endereço atualizados no sistema.
Por que o governo mudou as regras
As alterações surgem em meio a um esforço para reforçar o controle sobre os recursos do Bolsa Família. Estima-se que nos últimos anos, o número de cadastros unipessoais cresceu de forma atípica, levantando suspeitas de fraudes.
O Ministério do Desenvolvimento Social considera que a entrevista domiciliar permitirá identificar inconsistências e garantir que o benefício atenda efetivamente as famílias mais necessitadas. O foco está em fortalecer o acompanhamento social e evitar o uso indevido dos recursos públicos.
O que fazer se o benefício for bloqueado
Caso o pagamento do Bolsa Família seja interrompido, é possível regularizar a situação seguindo os seguintes passos:
- Verifique se há pendência no Cadastro Único;
- Compareça ao CRAS para atualizar seus dados;
- Agende a entrevista domiciliar, se exigida;
- Leve todos os documentos necessários;
- Aguarde a análise da equipe técnica.
Em casos de erro ou dúvidas, o cidadão pode entrar em contato com a ouvidoria do Ministério do Desenvolvimento Social ou utilizar os aplicativos oficiais como o CadÚnico ou o Bolsa Família.
O programa segue como principal rede de proteção
Com mais de 20 milhões de famílias atendidas, o Bolsa Família permanece como o principal programa de transferência de renda do Brasil. A meta do governo é ampliar a eficiência, reduzir fraudes e garantir o repasse mensal mínimo de R$ 600 para quem realmente precisa.
As mudanças de 2025 visam qualificar ainda mais a gestão pública e ampliar o impacto positivo do programa na vida dos brasileiros em situação de vulnerabilidade.