Desde 2008, o Brasil conta com o programa de Microempreendedor Individual (MEI), que mudou a realidade de muitos trabalhadores autônomos ao simplificar o processo de formalização e oferecer benefícios antes inacessíveis. A criação dessa categoria permitiu a formalização de diversas atividades, promovendo a inclusão social e econômica de pequenos empreendedores em todo o país.
Neste artigo, vamos explorar como o MEI funciona, seus principais benefícios, as categorias permitidas e o passo a passo para se formalizar. Se você é autônomo e pensa em regularizar seu negócio, continue lendo para entender como o MEI pode ser vantajoso.
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O que é o MEI e como funciona?
O MEI foi desenvolvido para ajudar trabalhadores autônomos a formalizarem suas atividades de forma rápida e com baixo custo. Ao se tornar um MEI, o trabalhador passa a ter um Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ), o que facilita a emissão de notas fiscais, o acesso a crédito e a inclusão em programas de benefícios sociais.
Para se inscrever como MEI, o faturamento anual não pode ultrapassar R$ 81 mil. O sistema também permite que o microempreendedor contrate até um funcionário, que deve receber ao menos o salário mínimo ou o piso da categoria profissional.
Principais benefícios do MEI
O MEI oferece diversas vantagens, especialmente no campo da previdência social, proporcionando uma rede de segurança para o trabalhador formalizado. Aqui estão os principais benefícios que o microempreendedor individual pode acessar:
Acesso a benefícios previdenciários
O MEI dá direito à aposentadoria por idade, auxílio-doença, salário-maternidade, e pensão por morte para dependentes. Para usufruir desses benefícios, é necessário contribuir mensalmente com uma taxa fixa que inclui o INSS.
Facilidade na emissão de notas fiscais
Ter um CNPJ permite ao MEI emitir notas fiscais para empresas e clientes, o que facilita a formalização de negócios e aumenta as chances de parcerias e contratos com outras empresas.
Possibilidade de abrir conta bancária PJ
A maioria dos bancos permite que MEIs abram contas jurídicas, com vantagens específicas para empresas. Isso facilita a organização financeira e a obtenção de crédito em condições diferenciadas.
Acesso a crédito com taxas reduzidas
O MEI tem acesso a linhas de crédito específicas, como o Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe), com juros reduzidos e prazos mais vantajosos.
Passo a passo para formalização no MEI
O processo de formalização no MEI é simples e pode ser feito totalmente online. Siga os passos abaixo para abrir seu CNPJ:
- Acesse o Portal do Empreendedor: No site gov.br, busque pelo Portal do Empreendedor.
- Clique em “Quero Ser MEI”: Selecione a opção e depois clique em “Formaliza-se”.
- Insira Sua Conta de Acesso ao Gov.br: Faça login ou crie uma conta.
- Preencha o Formulário: Insira as informações requisitadas, como dados pessoais e de atividade profissional.
- Assinale as Declarações e Conclua o Processo: Revise as informações e confirme o envio.
Após finalizar o processo, o CNPJ é gerado imediatamente e o novo microempreendedor já está apto a exercer sua atividade formalmente.
Categorias permitidas para MEI
Atualmente, mais de 460 atividades estão autorizadas para registro no MEI. Entre elas, destacam-se profissões como:
- Serviços: Cabeleireiros, eletricistas, pintores, pedreiros e motoristas de aplicativo.
- Comércio: Doceiros, artesãos, açougueiros, borracheiros e comerciantes de produtos específicos.
- Outros: Alfaiates, apicultores, agentes funerários, entre outros.
Essas ocupações estão listadas na CNAE (Classificação Nacional de Atividades Econômicas), que passa por atualizações periódicas. Cada microempreendedor pode registrar até 16 atividades, sendo uma principal e até 15 secundárias.
Limites e regras para o MEI
Embora o MEI seja uma opção atraente, há restrições e obrigações que os microempreendedores devem observar:
- Limite de Faturamento: O MEI pode faturar até R$ 81 mil anuais. Caso exceda esse limite, é necessário migrar para uma outra categoria empresarial, como o Microempresa (ME).
- Contratação de Funcionário: O MEI pode contratar apenas um empregado com salário mínimo ou o piso da categoria. A responsabilidade de recolhimento do FGTS e INSS do funcionário é do empregador MEI.
- Obrigações Tributárias: O MEI paga uma contribuição mensal que varia conforme a atividade (comércio, indústria ou prestação de serviço). Esse valor inclui o INSS e, quando aplicável, ICMS e ISS.
Como conferir as atividades permitidas
A lista de atividades permitidas está disponível no Portal do Empreendedor, e é recomendável verificar periodicamente para conferir se há atualizações que possam ampliar as opções para o microempreendedor. A CNAE traz todas as atividades válidas, e basta o empreendedor escolher as que mais se alinham à sua atuação.
Considerações finais
O MEI veio como uma solução para incluir trabalhadores informais no sistema, oferecendo uma alternativa viável para quem busca formalização e segurança previdenciária. É uma categoria ideal para pequenos empreendedores que desejam ter um negócio formal sem precisar arcar com altos custos e burocracia.
Com um processo de adesão simples e um custo acessível, o MEI continua sendo um sucesso no Brasil e uma excelente opção para quem deseja expandir suas oportunidades e garantir estabilidade. Para aqueles que estão começando, o MEI é a porta de entrada ideal para o empreendedorismo formal, com benefícios que vão além do registro em si.