Em uma entrevista concedida ao portal Uol, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou o compromisso do governo em revisar os gastos públicos sem desvincular os Benefícios de Prestação Continuada (BPC) do reajuste do salário mínimo. Lula enfatizou que o salário mínimo representa a necessidade mínima para a sobrevivência dos cidadãos e descartou qualquer medida que comprometesse esse direito fundamental.
“Não é possível desvincular porque não considero isso um gasto. O salário mínimo é essencial para garantir a sobrevivência das pessoas. Se tentarmos resolver os problemas econômicos cortando o mínimo do mínimo, estaríamos em dificuldades. Não podemos sacrificar os mais vulneráveis”, afirmou o presidente. Sendo assim, destacando a importância de uma análise criteriosa sobre a eficiência dos gastos e a necessidade de eventual aumento na arrecadação.
Revisão de despesas segundo Lula
O governo, segundo Lula, está conduzindo um rigoroso processo de revisão de despesas, visando identificar e cortar benefícios irregulares. O Ministério da Previdência Social estima que, até o final do ano, a economia com revisões já iniciadas possa triplicar, alcançando um total de até R$ 3 bilhões poupados em 2024.
Além disso, o presidente criticou o atual presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, acusando-o de ser adversário político e ideológico do governo. Lula sugeriu a possibilidade de substituição de Campos Neto ao término de seu mandato, em 2024, mencionando a necessidade de restaurar a normalidade nas políticas econômicas do país.
Eleições municipais
Na semana passada, Lula também declarou sua intenção de participar ativamente nas eleições municipais contra adversários ideológicos, mas ressaltou a importância de manter a estabilidade política no Congresso Nacional, considerando as repercussões de suas ações sobre a base de apoio governamental.
A decisão recente do Comitê de Política Monetária (Copom) de manter a taxa básica de juros em 10,50% ao ano, após sucessivos cortes, foi lamentada pelo presidente, que tem defendido uma política de juros mais baixos para estimular o crescimento econômico. Assim, enquanto o governo prossegue com suas estratégias de contenção de despesas e revisão de políticas econômicas, a postura de Lula frente aos desafios atuais continua a moldar o cenário político e econômico do Brasil.
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