Após meses de difíceis negociações com os servidores da educação superior, o governo Lula (PT) agora enfrenta uma nova ameaça: a greve dos servidores do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Esta paralisação, marcada para o dia 16 de julho, preocupa pela possível interrupção de serviços essenciais à população, como a concessão de aposentadorias e a análise de auxílio-doença.
A greve pode prejudicar ainda mais o pente-fino nos auxílios, comprometendo a revisão de dados e cadastros que são cruciais para a equipe econômica alcançar o corte de gastos prometido. A auditoria será realizada por áreas da Previdência Social, Trabalho e Desenvolvimento Social, às quais o INSS está vinculado.
Anúncio de revisão de benefícios e reações à greve
Imagem: SERGIO V S RANGEL / Shutterstock.com
No final de junho, a Federação Nacional dos Sindicatos de Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social (Fenasps) aprovou a deflagração de greve por tempo indeterminado a partir de 16 de julho. Após a cerimônia de comemoração dos 34 anos do INSS na última sexta-feira (5/7), o presidente do instituto, Alessandro Stefanutto, foi questionado sobre a greve iminente. Ele reconheceu a legitimidade das demandas dos servidores e destacou que esteve em diálogo com eles para discutir propostas.
Stefanutto argumentou que a proposta do governo representa uma melhora significativa e que, somada aos reajustes do ano anterior, será maior que a inflação acumulada de 2025 e 2026. O ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, interveio, ressaltando que o governo Lula reinstalou em 2023 a Mesa de Negociação com os servidores do Executivo federal, espaço de diálogo para discutir pautas remuneratórias e não-remuneratórias.
Impactos fiscais e reconhecimento dos servidores
Sem conceder reajuste salarial em 2024, o governo Lula afirma que os reajustes acumulados ao longo dos quatro anos do mandato (2023-2026) superarão a inflação projetada para o período, que varia entre 15% e 18%. Stefanutto reconheceu o trabalho dos servidores durante a gestão Lula, enfatizando que eles “realmente entregaram” resultados significativos em um contexto desafiador.
No entanto, Stefanutto destacou a importância de respeitar o arcabouço fiscal do país. “Os servidores foram chamados a uma situação muito difícil que havia e eles entregaram. Eu não posso deixar de reconhecer isso para o governo. Agora, claro, existe uma questão fiscal que é importante. O país tem um arcabouço que precisa ser respeitado”, completou.
A greve do INSS representa um desafio adicional para o governo Lula, que já enfrenta pressões econômicas e sociais. A expectativa é de que o diálogo contínuo e as negociações possam levar a uma solução que equilibre as demandas dos servidores e as necessidades fiscais do país.
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