Um estudo da Silverguard revela as modalidades mais comuns de golpes do Pix em cada faixa etária. Jovens e idosos estão entre os alvos dos criminosos.
Golpes do Pix crescem em todas as faixas etárias: Jovens e Idosos entre os principais alvos
Nos últimos anos, o Pix se tornou uma das formas mais populares de realizar transferências bancárias no Brasil, oferecendo praticidade e rapidez. No entanto, essa facilidade também atraiu a atenção de golpistas, que têm desenvolvido novas maneiras de aplicar fraudes por meio dessa tecnologia. Um estudo recente da empresa Silverguard, especializada em proteção financeira, revelou que diferentes faixas etárias estão sendo afetadas por modalidades específicas de golpes do Pix. A pesquisa mostra que, enquanto jovens são alvos preferenciais para compras em perfis falsos, idosos são mais visados em fraudes de empréstimos e solicitações de ajuda por impostores.
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Como os golpes do Pix se diferenciam por faixa etária
O Estudo da Silverguard
O estudo “Golpes com Pix 2024”, realizado pela Silverguard, trouxe à tona dados alarmantes sobre como diferentes faixas etárias são impactadas por fraudes envolvendo o Pix. A pesquisa foi baseada em dados do Mecanismo Especial de Devolução (MED) do Pix, fornecidos pelo Banco Central, e em mais de 5.000 denúncias registradas pela Central SOS Golpe, uma iniciativa que oferece suporte gratuito a vítimas de fraudes financeiras.
A seguir, vamos analisar os tipos de golpes mais comuns por faixa etária e entender por que certos grupos são mais suscetíveis a determinadas modalidades de fraudes.
Golpes por faixa etária
Menores de 18 Anos: Alvos fáceis de lojas e perfis falsos
Entre os menores de 18 anos, o golpe mais comum, de acordo com o estudo, é a compra de produtos ou serviços de lojas e perfis falsos em redes sociais. Um impressionante 58% dos casos envolvendo jovens dessa faixa etária ocorrem quando eles são enganados por páginas fraudulentas que anunciam produtos com preços atraentes ou “ofertas imperdíveis”.
Por que os jovens são mais afetados?
Os adolescentes e jovens adultos têm uma maior exposição às redes sociais e ao comércio eletrônico, o que aumenta a probabilidade de serem atraídos por anúncios falsos. Além disso, muitas vezes, esse grupo etário pode não ter a experiência necessária para identificar sinais de alerta em sites e perfis duvidosos.
Outros golpes comuns entre os menores de 18 anos incluem:
- Falsa oportunidade de multiplicar e investir dinheiro (21%)
- Compra de produto de uma pessoa que teve sua rede social hackeada (7,5%)
Jovens de 18 a 29 Anos: Perfis falsos e esquemas de investimento
Para a faixa etária entre 18 e 29 anos, a compra de produtos ou serviços em lojas ou perfis falsos continua sendo o golpe mais recorrente, com 52% dos casos. No entanto, esses jovens adultos também se deparam frequentemente com esquemas de falsas oportunidades de investimento e multiplicação de dinheiro, que representam 16,5% dos golpes.
Falsas oportunidades de emprego
Outro golpe relevante nesta faixa etária é a falsa oferta de emprego ou renda extra, responsável por 6% das fraudes relatadas. Esses golpes geralmente prometem altos rendimentos ou oportunidades de trabalho fáceis, exigindo, em muitos casos, que a vítima pague uma taxa inicial para garantir a vaga.
De 30 a 39 Anos: Multiplicação de dinheiro e falsas vagas de emprego
Entre as pessoas de 30 a 39 anos, os golpes mais comuns também envolvem compra em perfis falsos (42%). No entanto, essa faixa etária é particularmente visada por fraudes relacionadas a falsas oportunidades de multiplicação de dinheiro, com 16% dos casos, e ofertas de empregos falsos (10%).
De 40 a 49 Anos: Golpes de perfis falsos e pedidos de empréstimos
A faixa etária de 40 a 49 anos continua sendo vítima principalmente de compras em perfis falsos (41%), mas há um crescimento significativo nos golpes em que criminosos se passam por impostores pedindo dinheiro emprestado ou ajuda financeira, responsáveis por 11% das fraudes.
Como funciona o golpe do impostor?
Nesse tipo de golpe, o criminoso se passa por uma pessoa conhecida da vítima, como um amigo ou parente, e solicita dinheiro alegando estar em uma situação de emergência. Por meio de aplicativos de mensagens ou até ligações telefônicas, os golpistas usam informações pessoais para convencer a vítima da veracidade do pedido.
De 50 a 59 Anos: Golpe da falsa Central de Atendimento
A partir dos 50 anos, embora a compra em perfis falsos continue comum, com 35% dos casos, cresce a incidência do golpe da falsa central de atendimento, representando 8% das fraudes.
Como funciona o golpe da falsa central?
Neste golpe, os criminosos entram em contato com a vítima se passando por funcionários do banco ou de empresas de tecnologia. Eles afirmam que a conta da pessoa foi comprometida e solicitam informações pessoais ou a realização de transferências para “proteger” o dinheiro. A perda média nesse tipo de golpe pode chegar a valores elevados, e muitas vezes as vítimas só percebem o golpe após um prejuízo significativo.
Mais de 60 Anos: Idosos e o golpe do impostor
Para os indivíduos com 60 anos ou mais, o golpe mais frequente é o impostor pedindo dinheiro emprestado, responsável por 48% dos casos. Nesse grupo, os criminosos costumam explorar o senso de urgência e confiança dos idosos, que muitas vezes caem em golpes acreditando estar ajudando um amigo ou parente em necessidade.
Além do golpe do impostor, outros golpes comuns entre os idosos incluem:
- Compra em perfis falsos (18%)
- Golpe da falsa central de atendimento (7%)
Golpes por renda: Como as perdas variam entre as classes sociais
Classes A e B: Maiores prejuízos em golpes de investimento
Embora os golpes atinjam todas as classes sociais, os ricos costumam sofrer maiores perdas em fraudes envolvendo falsas oportunidades de investimento. O estudo revelou que, entre as classes A e B, o prejuízo médio nesse tipo de golpe pode chegar a R$ 28,7 mil. Outros golpes comuns incluem empréstimos falsos (R$ 23,6 mil) e pedidos de cirurgia ou tratamento para um conhecido (R$ 12,9 mil).
Classe C: Golpes de emprego falso e investimento
Na classe C, o golpe mais prejudicial está relacionado a falsas ofertas de emprego ou renda extra, com um prejuízo médio de R$ 9,8 mil. Esquemas de multiplicação de dinheiro também são recorrentes, com perdas de R$ 9,6 mil.
Classes D e E: Golpes de ajuda financeira
Entre as classes D e E, o golpe do impostor pedindo dinheiro ou ajuda é o mais comum, com perdas de R$ 2,2 mil. As classes mais baixas também são afetadas por golpes de falsas oportunidades de emprego, com prejuízos de R$ 3,2 mil.
Como prevenir golpes: Dicas práticas para todos
Prevenir-se contra golpes exige atenção e cautela, especialmente em transações digitais. Abaixo, algumas dicas para evitar ser vítima de fraudes com Pix:
- Não clique em links suspeitos enviados por WhatsApp, SMS ou e-mail.
- Use senhas fortes e ative a autenticação de dois fatores.
- Verifique a segurança de sites antes de realizar compras.
- Desconfie de ofertas muito abaixo do preço de mercado.
- Nunca forneça dados pessoais ou bancários por telefone.