Um grupo criminoso especializado no golpe do bilhete premiado foi alvo de uma operação da Polícia Civil no Rio Grande do Sul. Os suspeitos, membros de uma mesma família, utilizavam o dinheiro obtido com as fraudes para bancar um estilo de vida luxuoso. As investigações indicam que, após aplicarem um dos golpes, os criminosos chegaram a gastar R$ 50 mil em um shopping de Porto Alegre.
A ação policial, batizada de Operação Maré de Azar, desarticulou o esquema e resultou na prisão preventiva de quatro pessoas. Os golpes eram aplicados principalmente contra idosos, causando prejuízos financeiros de grande escala. Segundo a polícia, o grupo já tinha sido preso anteriormente, mas foi solto e seguiu praticando os crimes.
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Operação policial desmonta rede de fraudes em Passo Fundo
A Polícia Civil deflagrou a Operação Maré de Azar nesta quinta-feira (6), culminando na prisão de quatro integrantes de uma família suspeita de aplicar o golpe do bilhete premiado em diversas cidades. O grupo já era conhecido por fraudes em diferentes estados, incluindo São Paulo.
As investigações revelaram que os criminosos costumavam abordar idosos, convencendo-os a entregar quantias expressivas em dinheiro em troca de um suposto bilhete de loteria premiado. Estima-se que os prejuízos causados sejam milionários, embora o valor exato seja difícil de calcular.
Vida de luxo financiada por golpes
A investigação trouxe à tona detalhes sobre como o grupo utilizava o dinheiro obtido de forma ilícita. Após um golpe aplicado em Capão da Canoa, os suspeitos desembolsaram R$ 50 mil em um único dia comprando artigos de luxo em um shopping de Porto Alegre.
Durante as buscas realizadas nos imóveis dos criminosos, no bairro Boqueirão, foram apreendidos celulares, computadores e diversos produtos de alto padrão. A polícia acredita que o grupo sustentava um padrão de vida elevado exclusivamente com o dinheiro das fraudes.
Passo Fundo e a central do golpe do bilhete
O golpe do bilhete premiado não é novo, mas tem se tornado uma prática recorrente em Passo Fundo. Segundo o delegado responsável pelo caso, André Luiz Freitas, a cidade tem se destacado como um dos principais focos desse tipo de crime no Brasil.
“É inestimável o quanto eles já conseguiram em dinheiro com esse golpe. Eles têm um histórico de atuação não só no Rio Grande do Sul, mas em outros estados. Passo Fundo, infelizmente, virou uma espécie de capital do conto do bilhete.”
A polícia ainda busca identificar mais vítimas e possíveis cúmplices do esquema.
Como funciona o golpe do bilhete premiado?
O esquema segue um roteiro bem estruturado para enganar as vítimas, aproveitando-se da ganância e da ingenuidade de pessoas mais vulneráveis, como os idosos. Veja como os criminosos atuam:
- Aproximação da vítima – Um dos golpistas aborda um idoso e conta que tem um bilhete premiado, mas não pode sacar o prêmio;
- Falsa negociação – Um segundo criminoso aparece e demonstra interesse no bilhete, simulando uma oferta para comprá-lo;
- Ligação falsa – Os golpistas ligam para um suposto funcionário de banco, que confirma que o bilhete é verdadeiro;
- Entrega do dinheiro – Convencida de que está diante de uma oportunidade única, a vítima entrega uma grande quantia em dinheiro ou transfere valores para os criminosos;
- Desaparecimento dos golpistas – Após receberem o dinheiro, os fraudadores fogem e deixam a vítima sem nenhum recurso.
Como se proteger de golpes financeiros?
A Polícia Civil alerta que nenhuma instituição financeira valida bilhetes premiados por telefone e que qualquer oferta envolvendo dinheiro fácil deve ser vista com desconfiança. O delegado André Luiz Freitas reforça a importância da precaução:
“É fundamental que as pessoas desconfiem de propostas milagrosas e sempre verifiquem a veracidade das informações com familiares ou autoridades antes de tomar qualquer decisão envolvendo dinheiro.”
Para evitar cair nesse tipo de golpe:
- Desconfie de ofertas muito vantajosas – Golpistas exploram a emoção e o desejo de enriquecimento rápido;
- Nunca entregue dinheiro antecipadamente – Nenhum prêmio legítimo exige pagamento para ser resgatado;
- Consulte fontes confiáveis – Em caso de dúvida, entre em contato diretamente com loterias oficiais ou bancos;
- Denuncie – Se perceber uma tentativa de golpe, comunique a polícia imediatamente.
Investigações continuam
A polícia acredita que o grupo preso em Passo Fundo faz parte de uma rede criminosa maior, com atuação em diversos estados. As investigações seguem em andamento para identificar outros envolvidos e possíveis cúmplices.
A defesa dos acusados informou que só se pronunciará após ter acesso ao inquérito. Enquanto isso, as autoridades reforçam o alerta para que a população esteja atenta a tentativas de fraude e denuncie qualquer atividade suspeita.
Com informações de: GZH