Mudanças no MEI excluem 34 profissões; saiba como adaptar sua formalização para manter a atividade legal e explore alternativas como microempresa ou autônomo.
Mudanças no Regime MEI: O impacto da exclusão de 34 profissões e as alternativas para pequenos empreendedores
Recentes alterações no regime de Microempreendedor Individual (MEI) têm gerado apreensão entre trabalhadores autônomos e pequenos empreendedores. A decisão do governo de excluir 34 profissões da lista de atividades permitidas impacta diretamente quem utiliza o regime como forma de formalizar suas atividades. A mudança exige uma reavaliação das opções disponíveis para a continuidade das operações legais desses profissionais, abrindo um novo cenário de desafios e oportunidades.
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O que é o MEI e por que as profissões foram excluídas?
O MEI foi criado em 2008 com o objetivo de facilitar a formalização de trabalhadores autônomos e pequenos empreendedores, oferecendo um regime simplificado de tributação e acesso a benefícios previdenciários, como aposentadoria e auxílio-doença. Além disso, o MEI impõe limites de faturamento anual e número de funcionários, permitindo que pequenas atividades econômicas se formalizem sem a complexidade das empresas maiores.
Porém, nem todas as profissões podem se enquadrar nesse regime. A exclusão de determinadas ocupações reflete a necessidade de maior controle regulatório e a adaptação às mudanças econômicas e fiscais. Profissões que envolvem riscos à segurança, regulamentações específicas ou necessidade de qualificação técnica foram as principais afetadas pelas recentes modificações.
Principais razões para a exclusão de profissões do MEI
- Complexidade técnica e regulatória: Certas atividades, como o comerciante de medicamentos veterinários, demandam qualificação específica e controle de qualidade rigoroso, incompatíveis com a simplicidade do MEI.
- Riscos à segurança e saúde pública: Profissões como adestrador de animais e coletor de resíduos perigosos envolvem riscos que exigem regulamentação e fiscalização mais severas.
- Adequação fiscal: O governo busca otimizar a fiscalização e tributação de atividades que, pela sua complexidade, geram um impacto maior no controle tributário.
As 34 Profissões excluídas do MEI
A lista de profissões desenquadradas é bastante diversificada e inclui tanto atividades manuais quanto intelectuais. Entre as principais, destacam-se:
- Abatedor(a) de aves
- Adestrador(a) de animais
- Arquivista de documentos
- Comerciante de fogos de artifício
- Comerciante de gás liquefeito de petróleo (GLP)
- Comerciante de produtos farmacêuticos e veterinários
- Contador(a)/técnico(a) contábil
- Editor(a) de jornais
- Esteticista de animais domésticos
- Fabricante de produtos de limpeza e higiene
- Operador(a) de marketing direto
- Removedor e exumador de cadáver
- Sepultador
Essas exclusões forçam os profissionais a buscar alternativas de formalização mais adequadas às exigências de suas atividades.
Impacto nas atividades e alternativas para os profissionais
Desafios para os profissionais desenquadrados
A exclusão do MEI afeta diretamente milhares de empreendedores que dependem das facilidades desse regime, como a carga tributária reduzida e a menor burocracia. Para muitos, a alternativa mais viável é a migração para outro regime de formalização, como a Microempresa (ME), ou a atuação como autônomo.
Cada uma dessas alternativas oferece vantagens e desvantagens que precisam ser analisadas cuidadosamente. A seguir, exploraremos os principais cenários para quem foi afetado pelas mudanças.
Microempresa (ME): Um passo além do MEI
A microempresa (ME) é uma alternativa robusta para quem foi excluído do MEI e deseja continuar formalizado. Esse regime permite um faturamento anual maior (até R$ 360 mil) e a contratação de até 10 funcionários, dependendo do setor de atuação. No entanto, a formalização como ME também implica maior carga tributária e obrigações fiscais mais complexas.
Vantagens da ME:
- Maior limite de faturamento, o que possibilita a expansão do negócio.
- Possibilidade de contratar mais funcionários.
- Acesso a créditos e financiamentos empresariais.
Desvantagens da ME:
- Carga tributária proporcionalmente maior em comparação ao MEI.
- Necessidade de contratar um contador para gerir as obrigações fiscais.
- Exigências contábeis e fiscais mais detalhadas, como a entrega de declarações e escrituração contábil.
Formalização como autônomo
Outra alternativa é a formalização como trabalhador autônomo. Nesse regime, o profissional não tem as mesmas simplificações do MEI, mas ainda pode se legalizar e contribuir para a previdência social. A tributação e as obrigações fiscais variam conforme a atividade exercida, o que requer atenção ao cumprimento das regras fiscais do município e do estado.
Vantagens:
- Menor burocracia do que uma ME.
- Possibilidade de manter as atividades com menor formalização.
Desvantagens:
- Impossibilidade de contratar funcionários de forma legalizada.
- Carga tributária variável conforme a atividade e a localização.
- Menos benefícios em comparação ao MEI ou à ME.
Passos para a formalização de uma microempresa (ME)
Para quem opta pela migração para o regime de microempresa, há alguns passos essenciais a seguir:
1. Encerramento do registro como MEI
O primeiro passo é fazer a baixa do CNPJ como MEI no Portal do Empreendedor. Isso evita complicações fiscais futuras e permite iniciar o processo de formalização como ME.
2. Escolha do regime tributário adequado
Existem três regimes tributários possíveis para a ME: Simples Nacional, Lucro Presumido e Lucro Real. O Simples Nacional é o mais utilizado por pequenas empresas, devido à menor complexidade tributária.
3. Abertura do novo CNPJ
Após encerrar o MEI, é necessário abrir um novo CNPJ, seguindo as orientações do contador. Essa etapa envolve o registro na junta comercial, prefeitura e Receita Federal.
4. Regularização fiscal e contábil
A ME exige o cumprimento de diversas obrigações fiscais e contábeis, como a Declaração de Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (DIRPJ) e a Escrituração Contábil Fiscal (ECF).
5. Contratação de um contador
A presença de um contador é essencial para garantir que todas as obrigações fiscais e contábeis sejam cumpridas corretamente, além de oferecer orientação sobre a gestão financeira.
O papel da consultoria e do contador na transição
Durante o processo de transição do MEI para a ME, o apoio técnico de um contador ou consultoria especializada é crucial. Esses profissionais orientam o empreendedor nas escolhas tributárias e ajudam no planejamento financeiro, garantindo que o negócio continue a crescer de forma sustentável.
Além disso, a consultoria pode auxiliar na projeção de cenários futuros, analisando o impacto da mudança de regime no longo prazo e propondo estratégias para minimizar os riscos fiscais e econômicos.