Se você está se preparando para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) ou simplesmente buscando melhorar seu desempenho nos estudos, provavelmente já se deparou com a dúvida: qual é a melhor forma de aprender? Muitos acreditam que a solução está em passar horas intermináveis de estudo, mas a ciência sugere que o segredo para aprender melhor está em entender como o cérebro funciona.
Neste artigo, vamos explorar as últimas descobertas científicas sobre aprendizado e como você pode usá-las para otimizar seus estudos.
O processo de aprendizado no cérebro: Entenda como funciona
Antes de mergulharmos nas técnicas de estudo, é importante entender como o cérebro processa as informações. Quando aprendemos algo novo, nossos neurônios formam conexões chamadas de sinapses. Essas conexões são como “pontes” que ajudam o cérebro a armazenar memórias. Para que essas memórias se consolidem, é preciso que o cérebro tenha tempo para organizá-las.
Esse processo, porém, é mais complexo do que se imagina, envolvendo diversas áreas do cérebro e sendo influenciado por fatores como emoções e níveis de estresse.
A memória e o papel do sono
Estudos indicam que o cérebro processa e organiza as informações adquiridas durante o sono. Ou seja, dormir bem é essencial para fixar o que você aprendeu. Durante o sono, o cérebro reativa as conexões feitas ao longo do dia, reforçando a memória. Por outro lado, a falta de sono pode prejudicar a concentração e dificultar o acesso às informações quando mais precisamos delas, como em uma prova.
De acordo com o neurocientista Bogdan Draganski, do Hospital Universitário Insel, na Suíça, um sono de boa qualidade (entre 8 e 10 horas por noite) é crucial para o bom funcionamento cognitivo, especialmente para adolescentes que estão em plena fase de aprendizado.
ENEM 2024: Como o estresse impacta o aprendizado?
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O estresse pode ser um dos maiores inimigos do aprendizado. Embora uma dose moderada de estresse possa até ajudar na memorização, quando ele é excessivo, o impacto é negativo. O estresse elevado libera o cortisol, um hormônio que pode dificultar a formação de novas sinapses e atrapalhar a consolidação da memória.
Em situações de estresse extremo, como antes de uma prova importante, o cérebro pode até “bloquear” o acesso à informação que foi previamente armazenada. Isso pode ser um verdadeiro pesadelo durante a revisão ou na hora da prova.
O estudo passivo vs. estudo ativo: Qual é o melhor?
Você já deve ter ouvido falar em técnicas de estudo passivo, como reler anotações ou resumos. Embora essas estratégias ajudem, elas não são tão eficazes quanto as chamadas técnicas de recuperação ativa. Esse tipo de técnica envolve testar a si mesmo sobre o que você aprendeu, como responder a perguntas sobre o conteúdo ou fazer quizzes. O ato de se desafiar a recuperar informações ajuda a fortalecer as conexões neurais e melhora a retenção da memória.
A recuperação ativa é a chave
Estudos mostram que quando você se testa de maneira ativa, o cérebro faz um esforço maior para acessar as informações, o que torna a memória mais robusta. Além disso, esse tipo de revisão ativa pode ser mais eficaz do que simplesmente reler um texto ou anotar passivamente o que está sendo dito. Então, se você está se preparando para um exame, tente praticar com questões de provas antigas ou criar resumos com suas próprias palavras.
O poder das histórias no processo de aprendizado
Outro truque mental bastante eficaz é usar histórias para memorizar informações. O cérebro tem uma capacidade incrível de se conectar com narrativas, já que histórias são muito mais fáceis de lembrar do que listas de fatos ou dados isolados. Isso ocorre porque, ao transformar o conteúdo em uma história, você ativa mais áreas do cérebro, facilitando a retenção.
Estudos mostram que textos narrativos são lembrados com 50% mais facilidade do que textos descritivos. Então, sempre que possível, tente associar o conteúdo que você está estudando a uma história ou a uma situação em que você se sinta pessoalmente envolvido. Isso pode ser particularmente útil quando você está lidando com temas mais complexos ou abstratos.
A importância da atividade física no estudo
Embora a ideia de estudar constantemente pareça ser a melhor maneira de se preparar, o cérebro precisa de mais do que apenas horas de estudo. A atividade física tem um papel fundamental no processo de aprendizagem, especialmente entre os adolescentes.
Exercícios físicos, como caminhadas, corridas ou até yoga, têm benefícios comprovados para a função cognitiva. Eles ajudam a reduzir os níveis de cortisol (o hormônio do estresse) e aumentam a produção de endorfinas, substâncias químicas que geram sensação de bem-estar e relaxamento. Isso pode reduzir a ansiedade, melhorar o foco e até ajudar na consolidação da memória.
Mesmo que você não tenha muito tempo, uma simples caminhada de 30 minutos pode ser suficiente para ajudar a melhorar o foco e a memória durante a revisão dos conteúdos.
Estratégias para gerenciar o estresse e aprender melhor
Agora que você já sabe que o estresse pode atrapalhar a aprendizagem, é hora de aprender a controlá-lo. Existem algumas técnicas comprovadas para reduzir os níveis de estresse e melhorar o seu bem-estar mental durante a preparação para provas ou atividades cognitivas.
Técnicas de relaxamento
Meditação, respiração profunda e mindfulness são algumas das técnicas que ajudam a diminuir a ansiedade e melhorar o foco. Respirar profundamente por alguns minutos pode acalmar o sistema nervoso, reduzindo o impacto do estresse e permitindo que você se concentre melhor. Experimente dedicar alguns minutos do seu dia a essa prática antes de começar a estudar.
Dicas práticas para estudar de forma mais eficaz
- Estabeleça uma rotina de sono regular: Certifique-se de dormir entre 8 a 10 horas por noite para otimizar o aprendizado e a memorização.
- Exercite-se regularmente: Inclua atividade física em sua rotina diária para ajudar a reduzir o estresse e melhorar a concentração.
- Use a recuperação ativa: Teste a si mesmo frequentemente para fortalecer a memória e garantir que o conteúdo foi realmente assimilado.
- Crie histórias sobre o que aprendeu: Transforme informações complexas em narrativas, isso facilitará a memorização.
- Controle o estresse: Utilize técnicas de respiração ou meditação para manter o estresse sob controle durante os estudos.
Considerações finais
Preparar-se para exames como o Enem exige mais do que apenas passar horas e horas estudando. O segredo para um aprendizado eficaz está em entender como o cérebro funciona e otimizar seu processo de memorização. Dormir bem, praticar atividade física, reduzir o estresse e aplicar técnicas de estudo ativo são algumas das maneiras mais eficazes de melhorar seu desempenho.
Ao seguir essas estratégias baseadas na ciência, você terá uma chance muito maior de se sair bem em suas provas e alcançar seus objetivos acadêmicos.