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A partir de 2025, uma mudança importante nas regras de benefícios sociais no Brasil pode transformar a realidade de muitas famílias em situação de vulnerabilidade. Agora é possível, em determinados casos, receber tanto o BPC (Benefício de Prestação Continuada) quanto o Bolsa Família ao mesmo tempo. Isso mesmo! O que antes era considerado incompatível passou a ser permitido graças a atualizações na legislação.
Mas, afinal, quem pode receber esses dois auxílios juntos? Quais os critérios, como fazer o pedido e o que mudou exatamente? Se você quer entender tudo sobre essa novidade, continue a leitura. Abaixo, explicamos detalhadamente como funciona essa combinação, quem tem direito e como solicitar cada benefício.
O que é o BPC e quem pode receber?
O Benefício de Prestação Continuada, conhecido como BPC, é um auxílio financeiro garantido por lei para dois grupos específicos: idosos com 65 anos ou mais que estejam em situação de baixa renda, e pessoas com deficiência de qualquer idade que comprovem não conseguir se sustentar sozinhas nem com ajuda da família.
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Embora seja pago pelo INSS, o BPC não é uma aposentadoria e não exige contribuição previdenciária anterior. Para receber, é necessário atender a alguns critérios bastante rigorosos, principalmente no que diz respeito à renda familiar.
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Critérios para ter acesso ao BPC:
- Ter 65 anos ou mais ou possuir alguma deficiência de natureza física, mental, intelectual ou sensorial;
- Comprovar que a renda mensal por pessoa da família não ultrapassa 1/4 do salário mínimo. Em 2025, esse valor equivale a R$ 330 por pessoa;
- Estar inscrito e com o cadastro atualizado no Cadastro Único (CadÚnico).
Além disso, no caso de pessoas com deficiência, é necessário passar por uma avaliação médica e social, realizada pelo INSS, para comprovar a condição e o grau de impedimento.
Bolsa Família: como funciona o programa?
O Bolsa Família é uma política pública voltada para o combate à pobreza e à extrema pobreza. Por meio de repasses mensais, o programa busca assegurar o acesso das famílias aos direitos básicos, como educação, saúde e alimentação.
Para ser contemplado, é necessário que a renda mensal por pessoa da família não ultrapasse R$ 218. Outro requisito obrigatório é estar inscrito no Cadastro Único, com todas as informações familiares atualizadas.
Benefícios pagos dentro do programa:
- Benefício de Renda de Cidadania: R$ 142 por integrante da família;
- Complemento de Renda: usado para garantir um valor mínimo de R$ 600 por família;
- Benefício Primeira Infância: R$ 150 por criança de até 6 anos;
- Benefício Variável Familiar: R$ 50 extras para gestantes, lactantes e jovens entre 7 e 18 anos.
Com essas modalidades, o valor total recebido pode variar de acordo com a composição familiar.
É possível receber o BPC e o Bolsa Família ao mesmo tempo?
Essa é a dúvida de muita gente — e até 2023 a resposta era não. A legislação anterior impedia o acúmulo dos dois auxílios, pois o valor recebido pelo BPC era considerado parte da renda da família, o que automaticamente inviabilizava a participação no Bolsa Família.
Porém, a partir da aprovação da Lei nº 14.601/2023, essa realidade mudou.
O que diz a nova regra?
Com a atualização da lei, o valor recebido do BPC deixou de ser computado no cálculo da renda familiar para fins de elegibilidade ao Bolsa Família. Isso significa que um integrante da família pode receber o BPC, e os demais membros ainda assim podem ser incluídos no Bolsa Família, desde que preencham os demais critérios de renda.
Essa mudança traz mais justiça social e amplia a proteção a famílias que realmente precisam de apoio financeiro contínuo.
Regras de proteção do Bolsa Família em 2025
A partir de julho de 2025, entra em vigor uma nova regra de proteção no Bolsa Família. Ela permite que famílias que aumentaram um pouco sua renda continuem recebendo parte do benefício por um período determinado.
Como funciona essa proteção?
Se a renda da família ultrapassar o limite de R$ 218 por pessoa, mas ainda estiver abaixo de R$ 660 por pessoa, o Bolsa Família não é cortado imediatamente. A família passa a receber 50% do valor do benefício por mais dois anos. Isso dá tempo para a reorganização financeira sem perda abrupta da ajuda.
Essa medida também vale para famílias em que um dos membros começa a receber o BPC. Se a nova renda familiar ultrapassar o limite por causa do BPC, ainda assim será possível manter parte do Bolsa Família por um tempo.
Como solicitar cada benefício?
Para pedir o BPC:
- Acesse o Meu INSS (site ou aplicativo);
- Agende um atendimento ou solicite o benefício diretamente;
- Reúna os documentos necessários: CPF, RG, comprovante de residência, laudos médicos e exames (no caso de deficiência);
- Em caso de deficiência, agende também a perícia médica pelo telefone 135.
Para se inscrever no Bolsa Família:
- Vá até o CRAS (Centro de Referência de Assistência Social) mais próximo;
- Leve documentos de todos os membros da família: RG, CPF, certidão de nascimento, comprovante de residência, carteira de trabalho, entre outros;
- O cadastro será analisado pela prefeitura e, se aprovado, o benefício será concedido.
É fundamental manter todos os dados do Cadastro Único atualizados, pois esse registro serve como base para a liberação tanto do BPC quanto do Bolsa Família.
Fique de olho nas atualizações
Com tantas mudanças recentes, é essencial estar por dentro das novas regras e acompanhar seu perfil cadastral com frequência. O simples ato de manter seus dados atualizados pode garantir o acesso ou a continuidade de benefícios importantes.
Se tiver dúvidas, procure o CRAS da sua cidade, um assistente social ou acesse os canais oficiais como o site do Ministério do Desenvolvimento e o aplicativo Meu CadÚnico.
A possibilidade de acumular o BPC com o Bolsa Família representa uma vitória importante para muitas famílias brasileiras em situação de vulnerabilidade. A mudança na lei reconhece que renda vinda de um benefício assistencial não deve impedir o acesso a outro, especialmente quando há crianças, adolescentes ou outros membros em condições de extrema necessidade.
Se você ou alguém próximo se enquadra nas exigências, vale a pena verificar sua situação e correr atrás dos seus direitos. Afinal, garantir uma rede de proteção mais ampla pode fazer toda a diferença na luta por dignidade e bem-estar.
Imagem: Freepik/Canva
