A aposentadoria é uma conquista importante para trabalhadores que dedicaram anos ao mercado de trabalho, mas o processo de solicitação junto ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) pode ser complexo e cheio de detalhes. Com a reforma da Previdência, implementada em 2019, novas regras e condições foram estabelecidas, o que gerou ainda mais dúvidas e confusões entre os segurados.
Erros no pedido de aposentadoria podem resultar em atrasos, concessão de valores menores e até na necessidade de recorrer judicialmente. Para evitar esses contratempos, é essencial estar atento às principais falhas cometidas nesse processo. Confira abaixo!
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Importância do planejamento previdenciário
Um dos maiores erros que os trabalhadores cometem é não realizar um planejamento previdenciário adequado. Este planejamento envolve a análise de diversos fatores, como idade, tempo de contribuição, modalidade de aposentadoria e objetivos pessoais. Sem um plano estruturado, há um risco significativo de optar por uma aposentadoria com valor inferior ao que poderia ser obtido.
Muitos trabalhadores decidem se aposentar assim que atingem os requisitos mínimos, como idade e tempo de contribuição, mas essa escolha pode não ser a mais vantajosa financeiramente. O planejamento previdenciário é ainda mais relevante após a reforma da Previdência, que introduziu regras como o pedágio de 50%.
Essa opção, por exemplo, pode reduzir significativamente o valor do benefício para aqueles que não analisam todas as possibilidades. Buscar o apoio de um consultor ou advogado especializado em previdência social pode ser crucial para garantir que o trabalhador tome a melhor decisão.
Conhecimento das novas regras da aposentadoria
O desconhecimento das regras atualizadas para a concessão da aposentadoria é um dos fatores que mais causam erros. A reforma da Previdência trouxe mudanças importantes, como a elevação da idade mínima para a aposentadoria e a implementação de novas modalidades. É comum que segurados, especialmente mulheres, não saibam que é possível solicitar a aposentadoria antes dos 62 anos, dependendo do tempo de contribuição e das regras de transição.
Além disso, muitas pessoas não compreendem as diferenças entre as modalidades de aposentadoria disponíveis: por idade, por tempo de contribuição e a especial. Escolher a modalidade errada pode resultar em uma aposentadoria com valor menor ou em um processo mais demorado. Por isso, é fundamental entender bem cada opção antes de fazer a solicitação.
Tentação de pedir o benefício antes do tempo
A ansiedade para se aposentar pode levar muitos trabalhadores a requerer o benefício antes de completar o tempo ideal de contribuição. Essa decisão, em alguns casos, pode significar a perda de uma renda maior. Muitas vezes, apenas alguns meses a mais de trabalho ou contribuição resultariam em um acréscimo significativo no valor da aposentadoria. Nesse sentido, é essencial fazer cálculos e simulações para identificar o melhor momento para solicitar o benefício.
Documentação incompleta: um obstáculo comum
Outro erro frequente é a apresentação de documentação incompleta ou com inconsistências. O INSS exige uma série de documentos para conceder a aposentadoria, como carteira de trabalho, comprovantes de contribuição, extratos do FGTS, entre outros. Qualquer ausência ou erro nesses documentos pode prolongar o processo, já que o órgão solicitará os documentos faltantes e o prazo para análise será renovado. Por isso, é fundamental reunir todos os documentos com antecedência e verificar se estão atualizados e legíveis.
Contribuintes facultativos e a guia GPS
Para os trabalhadores autônomos ou contribuintes facultativos, o recolhimento das contribuições ao INSS é feito através da Guia da Previdência Social (GPS). Um erro recorrente é o preenchimento incorreto dessa guia, especialmente na escolha do código de recolhimento. Um simples erro na seleção do plano de contribuição pode atrasar ou até impedir a concessão do benefício. Para evitar esse problema, é recomendável revisar cuidadosamente o preenchimento da guia ou buscar orientação especializada.
Esquecer de incluir atividade especial
Segurados que desempenharam atividades insalubres ou perigosas têm direito à aposentadoria especial, que concede condições mais vantajosas. No entanto, é comum que o trabalhador esqueça de apresentar a documentação correta, como o Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP), ou apresente documentos com informações equivocadas.
Esses erros podem comprometer a concessão do benefício especial ou reduzir o tempo de contribuição reconhecido. Por isso, é importante garantir que todos os documentos estejam corretos e atualizados.
Atualização de dados pessoais e CNIS
Manter os dados pessoais e cadastrais atualizados também é crucial para evitar problemas na hora de solicitar a aposentadoria. Informações incorretas no CPF, RG, endereço ou no Cadastro Nacional de Informações Sociais (CNIS) podem gerar atrasos. O CNIS, por exemplo, reúne todas as contribuições realizadas ao longo da vida do segurado, e eventuais divergências ou lacunas precisam ser corrigidas antes de fazer o pedido.
Evitar ações precipitadas: ouvidoria e justiça
Muitos segurados, ao não receberem uma resposta rápida do INSS, recorrem à ouvidoria ou à justiça de forma precipitada. O órgão tem prazos que podem chegar a 90 dias para analisar o pedido de aposentadoria. Somente após esse período é recomendado abrir uma reclamação na ouvidoria ou tomar medidas judiciais. Antecipar esses passos pode complicar ainda mais o processo.
Considerações finais
Solicitar a aposentadoria junto ao INSS requer atenção e cuidado com uma série de detalhes. Erros comuns, como desconhecimento das regras, falta de planejamento, documentação incompleta e dados desatualizados, podem resultar em atrasos, valores menores e, em casos extremos, na necessidade de recorrer judicialmente. Informar-se corretamente e, quando necessário, buscar apoio de profissionais especializados são medidas essenciais para garantir uma aposentadoria tranquila e dentro das expectativas.
Imagem: Brenda Rocha – Blossom / Shutterstock.com