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O Bolsa Família passou por mais uma atualização que deve mexer com a vida de muita gente. A partir de junho de 2025, entrou em vigor uma regra que limita ainda mais quem pode continuar recebendo o benefício. Agora, famílias que ultrapassarem R$ 706 por pessoa dentro de casa correm risco de ter o pagamento reduzido ou até cancelado.
Essa nova medida está deixando muita gente com a pulga atrás da orelha — especialmente quem já vinha se equilibrando entre bicos, empregos temporários e o suporte do programa social. Neste artigo, vamos explicar direitinho como essa mudança afeta as famílias, quais são os critérios atualizados e o que fazer para continuar recebendo o benefício sem sustos.
O que muda no Bolsa Família com essa nova regra?
A principal mudança envolve o limite de renda mensal por pessoa da família. Até então, era possível continuar recebendo o Bolsa Família mesmo com uma pequena melhora na renda. Isso era chamado de “regra de proteção”, e permitia que, ao ultrapassar o limite de pobreza extrema, a família ainda mantivesse parte do benefício por um tempo.
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Com a regra antiga, quem passava da linha de R$ 218 por pessoa, mas não ultrapassava R$ 706, podia continuar no programa por até dois anos (24 meses), recebendo metade do valor. A ideia era permitir uma transição suave para quem estivesse conseguindo melhorar de vida.
A nova regra reduziu esse prazo para 12 meses. Ou seja: se a renda da sua família subir, mas continuar abaixo de R$ 706 por integrante, o benefício não é cortado imediatamente, mas sim reduzido pela metade — e essa condição dura apenas um ano.
Leia mais:
Bolsa Família: veja o calendário completo dos pagamentos de junho
Renda familiar ultrapassou R$ 706? O benefício pode parar
A parte mais crítica da nova medida é que quem passar da faixa de R$ 706 por pessoa já entra no radar do corte. Se a renda familiar mensal ultrapassar esse valor, mesmo que temporariamente, o Bolsa Família pode ser interrompido completamente.
Essa mudança tem causado dúvidas e incertezas, especialmente em famílias com renda instável, como aquelas em que alguém consegue um trabalho informal, faz horas extras ou recebe algum auxílio esporádico.
Exemplo prático
Imagine uma família com três pessoas que, juntas, passam a ganhar R$ 2.200 no mês. Isso dá uma média de R$ 733 por pessoa. Nesse caso, a renda ultrapassou o novo teto estabelecido — e o pagamento do Bolsa Família pode ser suspenso.
Quem ainda tem direito à Regra de Proteção de 24 meses?
Importante: essa nova regra vale só para quem entrou no programa a partir de junho de 2025. Quem já estava dentro do Bolsa Família antes dessa data continua com a regra anterior, ou seja, tem até 24 meses de proteção se a renda subir moderadamente.
Se esse for o seu caso, pode respirar um pouco mais aliviado: o corte ou redução só acontece após dois anos e se a renda continuar alta nesse período.
Como ficam os casos especiais?
Pessoas com deficiência (BPC)
Quem recebe o Benefício de Prestação Continuada (BPC) continua tendo um período de 12 meses de acompanhamento se ultrapassar o limite de renda. Essas pessoas seguem passando por avaliações periódicas, mas não têm o benefício cancelado imediatamente.
Aposentados e pessoas com renda estável
Quem tem renda garantida, como aposentadorias, mas ainda se enquadra na faixa de baixa renda, pode receber o Bolsa Família por um curto período de até dois meses — se for aprovado dentro dos critérios.
Manter o Cadastro Único atualizado é essencial
Outro ponto que ganhou ainda mais importância com as novas regras é a atualização do Cadastro Único (CadÚnico). Ele é o principal banco de dados do governo para programas sociais, e qualquer informação desatualizada pode resultar em bloqueio ou corte do benefício.
É preciso atualizar o cadastro a cada dois anos, ou sempre que houver alguma mudança na composição familiar: nascimento de filhos, falecimento, mudanças de endereço, separações, entrada de um novo morador, aumento de renda etc.
Famílias compostas por uma única pessoa precisam ter atenção especial, pois, nesses casos, o governo exige uma entrevista presencial com assistente social para confirmar os dados.
Exceções à regra
Há grupos que têm procedimentos diferenciados, como povos indígenas, quilombolas e pessoas em situação de rua. Para esses casos, o governo aplica critérios mais flexíveis e adaptados à realidade social de cada um.
O valor do Bolsa Família continua o mesmo?
Sim, o valor base segue sendo de R$ 600 por família, mas há complementos extras para determinados perfis:
- R$ 150 a mais para cada criança de até 6 anos
- R$ 50 para gestantes e lactantes (nutrizes)
- R$ 50 extras para crianças e adolescentes entre 7 e 18 anos
Esses valores continuam sendo pagos diretamente no Caixa Tem, e podem ser usados para fazer compras, transferências, pagar contas ou sacar em lotéricas e caixas eletrônicos.
Famílias chefiadas por mulheres seguem como maioria
A gestão do Bolsa Família em 2025 segue refletindo uma realidade social importante: a maioria dos benefícios está no nome de mulheres. Em muitos lares, são elas que sustentam a casa, cuidam dos filhos e administram os recursos recebidos.
Saí do Bolsa Família, posso voltar?
Sim, e essa é uma boa notícia para quem teve um aumento temporário de renda, mas voltou a enfrentar dificuldades. Caso a renda familiar volte a ficar abaixo de R$ 218 por pessoa, a família pode reingressar no programa com prioridade, sem precisar enfrentar fila.
Esse direito de retorno com prioridade vale por até 36 meses após o desligamento do Bolsa Família. No entanto, para isso, o Cadastro Único precisa estar atualizado.
O que fazer para retornar?
Se a renda caiu novamente, a família deve ir ao CRAS (Centro de Referência de Assistência Social) mais próximo e levar os documentos de todos os moradores da casa. Após a atualização, o retorno ao programa pode acontecer de forma rápida, especialmente se a família já tiver um histórico no CadÚnico.
Bolsa Família agora também foca na inclusão produtiva
Além do auxílio financeiro, o governo está intensificando ações de inclusão no mercado de trabalho. Em apenas dois meses de 2025, mais de 270 mil beneficiários conseguiram emprego com carteira assinada.
Há também investimento em cursos profissionalizantes, oficinas e capacitação para aumentar as chances de quem quer se recolocar. O objetivo é que o Bolsa Família seja uma ponte para uma vida mais estável, e não apenas uma assistência momentânea.
Considerações finais
Com a nova regra que impõe o teto de R$ 706 por pessoa, o Bolsa Família passa a exigir ainda mais atenção de quem depende do benefício. A boa notícia é que o governo continua oferecendo mecanismos de transição, retorno facilitado e incentivos à qualificação profissional.
Se você ou alguém da sua família está nessa faixa de renda ou teve mudanças recentes, é fundamental manter os dados atualizados no CadÚnico e acompanhar as regras mais recentes.
Para quem já contava com o programa, a recomendação é ficar de olho nas movimentações do Caixa Tem, acompanhar o calendário pelo final do NIS e não deixar passar nenhum prazo de atualização.
Imagem: Freepik e Canva