O valor da conta de luz continua sendo um dos principais desafios no orçamento das famílias brasileiras, especialmente aquelas em situação de vulnerabilidade social. A boa notícia é que há um caminho para reduzir ou até zerar esse custo, graças a uma iniciativa do governo federal e de empresas de energia.

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Tarifa social pode garantir gratuidade no consumo de energia
Como funciona o benefício
O programa Tarifa Social de Energia Elétrica tem como objetivo aliviar os gastos com energia das famílias de baixa renda. Por meio dele, os beneficiários podem receber descontos que variam de acordo com o consumo mensal, podendo chegar a até 100% de isenção para determinados grupos.
Por que a medida é importante
A medida é uma resposta às dificuldades enfrentadas por milhões de brasileiros que, diante da alta dos preços e da inflação, têm cada vez menos poder de compra. O governo quer assegurar que a energia elétrica, um serviço essencial, seja acessível mesmo aos mais pobres.
Quem pode conseguir a conta de luz zerada
Grupos elegíveis
O benefício não é automático para todos os brasileiros, mas pode ser acessado por grupos específicos que atendam a critérios sociais e de consumo. Entre os principais grupos elegíveis estão:
- Famílias cadastradas no Cadastro Único (CadÚnico) com renda mensal de até meio salário mínimo por pessoa
- Beneficiários do Benefício de Prestação Continuada (BPC), como idosos acima de 65 anos ou pessoas com deficiência de baixa renda
- Famílias indígenas e quilombolas, com descontos ampliados
- Consumidores que mantêm consumo mensal de até 80 kWh, segundo a nova proposta do governo
Descontos aplicados por faixa de consumo
Para quem consome entre 30 kWh e 220 kWh por mês, os descontos seguem uma tabela escalonada. Veja como funciona:
- Até 30 kWh: 65% de desconto
- De 31 kWh a 100 kWh: 40% de desconto
- De 101 kWh a 220 kWh: 10% de desconto
Acima de 220 kWh, o benefício deixa de ser aplicado.
Redução total para indígenas e quilombolas
Isenção garantida
Um dos pontos de destaque da proposta é a manutenção da gratuidade total na conta de luz para indígenas e quilombolas com consumo mensal de até 50 kWh. A ideia é preservar os direitos desses grupos tradicionais, que já enfrentam diversas desigualdades socioeconômicas.
Ampliação para mais famílias
Com a possível ampliação para até 80 kWh mensais para todos os cadastrados que se enquadram no perfil de baixa renda, a tendência é que a isenção alcance um número ainda maior de domicílios.
Como solicitar o benefício da tarifa social
Passo a passo para ter acesso
A inscrição no programa é simples e pode ser feita com os seguintes passos:
- Estar inscrito no CadÚnico e com os dados atualizados
- Procurar a distribuidora de energia da sua região com número do NIS (Número de Identificação Social)
- Em caso de BPC, informar o número do benefício
- A empresa fará a inclusão na tarifa social e os descontos passam a valer nas próximas faturas
Inclusão automática
Em alguns casos, as distribuidoras realizam a inclusão automática, mas é importante acompanhar o processo para garantir que o benefício está sendo concedido corretamente.
Reforma do setor elétrico busca mais justiça tarifária
Ajustes no sistema atual
A proposta de reforma no setor elétrico em discussão no governo tem como um de seus objetivos tornar a cobrança mais justa. Atualmente, consumidores de baixa renda ajudam a financiar custos do sistema, como a manutenção de usinas térmicas e nucleares, enquanto grandes consumidores, como empresas do mercado livre de energia, muitas vezes ficam isentos dessas despesas.
Justiça para os mais vulneráveis
Segundo o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, é preciso corrigir essas distorções. Ele afirma que a justiça tarifária é essencial para garantir que os mais pobres não sejam os mais penalizados por um sistema que deveria protegê-los.
Energia acessível e dignidade para todos
A conta de luz gratuita, para muitas famílias, representa mais do que economia: é acesso à dignidade. Ter energia elétrica é essencial para conservação de alimentos, banho quente, iluminação e outros aspectos básicos da vida moderna.
Com as mudanças propostas, o governo espera ampliar a inclusão social por meio de um sistema mais justo, em que a energia elétrica não seja um privilégio, mas um direito acessível a todos.