A morte de um ente querido é um momento de grande dor e sofrimento para qualquer família. Além do luto, os familiares precisam lidar com questões burocráticas e financeiras, como a transferência de benefícios previdenciários.
Uma dúvida comum que surge nesse contexto é: “Quando o pai morre, a aposentadoria fica para quem?” Este artigo busca esclarecer essa questão, abordando os principais aspectos legais e práticos envolvidos.
Entendendo a pensão por morte
O que é a pensão por morte?
A pensão por morte é um benefício oferecido pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) aos dependentes do segurado falecido, garantindo a eles um auxílio financeiro.
Esse benefício tem como objetivo garantir a subsistência dos dependentes que, de outra forma, poderiam enfrentar dificuldades financeiras após a perda do provedor da família.
Quem tem direito à pensão por morte?
Segundo a legislação brasileira, os dependentes do segurado falecido são divididos em três classes:
- Primeira Classe: Cônjuge, companheiro(a) e filhos não emancipados menores de 21 anos ou inválidos.
- Segunda Classe: Pais.
- Terceira Classe: Irmãos não emancipados menores de 21 anos ou inválidos.
Os dependentes de uma classe excluem os das classes subsequentes. Isso significa que, caso existam dependentes na primeira classe, os das segunda e terceira classes não poderão receber o benefício.
Procedimentos para solicitar a pensão por morte
Documentação necessária
Para solicitar a pensão por morte, os dependentes devem apresentar alguns documentos ao INSS, como:
- Certidão de óbito do segurado.
- Documentos de identificação do falecido e dos dependentes.
- Comprovante de dependência econômica, se necessário.
- Documentos que comprovem a qualidade de segurado do falecido, como carteira de trabalho ou carnês de contribuição.
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Como fazer o pedido?
O pedido de pensão por morte pode ser feito de forma presencial, em uma agência do INSS, ou online, através do site ou aplicativo “”Meu INSS””. O processo online tem se mostrado mais prático e ágil, especialmente em tempos de pandemia.
Valor da pensão por morte
Como é calculado o valor?
O valor da pensão por morte é calculado com base na aposentadoria que o segurado recebia ou teria direito de receber na data do óbito. A Reforma da Previdência, aprovada em 2019, trouxe mudanças significativas nesse cálculo.
Atualmente, o valor da pensão por morte corresponde a uma cota familiar de 50% do valor da aposentadoria do segurado, somada a 10% adicionais por cada dependente, com o limite máximo de 100%.
Exemplo prático
Se um segurado que recebia uma aposentadoria de R$ 2.000,00 falece e deixa um cônjuge e dois filhos menores de 21 anos, o cálculo seria:
- Cota familiar: 50% de R$ 2.000,00 = R$ 1.000,00
- Acrescimo por dependente: 3 x 10% de R$ 2.000,00 = R$ 600,00
- Total da pensão por morte: R$ 1.000,00 + R$ 600,00 = R$ 1.600,00
Duração do benefício
Para o cônjuge ou companheiro(a)
A duração do benefício para o cônjuge ou companheiro(a) varia de acordo com a idade e o tempo de casamento ou união estável na data do óbito:
- Até 21 anos: 3 anos de benefício.
- Entre 21 e 26 anos: 6 anos de benefício.
- Entre 27 e 29 anos: 10 anos de benefício.
- Entre 30 e 40 anos: 15 anos de benefício.
- Entre 41 e 43 anos: 20 anos de benefício.
- A partir de 44 anos: Benefício vitalício.
Para os filhos
Os filhos podem receber a pensão por morte até atingirem 21 anos de idade, exceto nos casos em que sejam portadores de invalidez ou apresentem deficiência intelectual ou mental, situações que garantem a continuidade do benefício.
Considerações finais
A pensão por morte é um benefício assegurado aos dependentes do segurado falecido, com o objetivo de oferecer apoio financeiro em um momento de fragilidade e necessidade.
É importante que os familiares estejam cientes dos procedimentos e requisitos para solicitar o benefício, garantindo assim que possam usufruir desse direito de forma rápida e eficiente.
Para mais informações, os interessados podem acessar o site do INSS ou procurar um advogado especializado em direito previdenciário. A orientação profissional pode ser crucial para evitar erros e garantir que todos os direitos sejam respeitados.