O governo Lula planeja um novo pente-fino no Bolsa Família, com início em janeiro de 2025, focando especialmente nas famílias unipessoais. Essa iniciativa, que lembra a revisão realizada no início de 2023, tem como objetivo identificar beneficiários que não se enquadram mais nos critérios do programa. Estima-se que essa operação possa gerar uma economia significativa, com uma previsão de R$ 2,3 bilhões.
Foco nas Famílias Unipessoais
O pente-fino abrangerá aproximadamente 1,3 milhão de beneficiários que moram sozinhos e estão na faixa etária de 18 a 49 anos. A equipe técnica do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) indica que entre 400 mil e 500 mil dessas pessoas podem estar recebendo o benefício de forma irregular.
Durante o processo de revisão, os pagamentos serão suspensos e, em alguns casos, cancelados. Essa ação não apenas busca ajustar o cadastro do programa, mas também garante que os recursos sejam direcionados a quem realmente precisa.
Segundo informações de fontes do governo, a alta quantidade de beneficiários unipessoais é preocupante. Muitas dessas pessoas podem estar enfrentando problemas sérios de saúde ou situações de vulnerabilidade, e a necessidade de uma análise mais detalhada é vista como uma prioridade. Em 2023, uma ação similar resultou na suspensão de benefícios para 1,8 milhão de famílias que recebiam o auxílio indevidamente.
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Novas Medidas de Avaliação
Além da revisão dos cadastros, será editada uma portaria que exigirá a visita de assistentes sociais aos domicílios dos novos beneficiários unipessoais. Essa medida visa avaliar as condições reais das famílias, já que a simples inscrição nos Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) não é considerada suficiente para garantir a elegibilidade ao programa.
O MDS também realizará revisões mensais para assegurar que os beneficiários continuem dentro dos critérios de renda estabelecidos. Para ter acesso ao Bolsa Família, a renda per capita deve ser de até R$ 218. Famílias que conseguem um emprego e cuja renda per capita varia entre R$ 218 e meio salário mínimo (R$ 706) continuarão a receber metade do benefício por um período de dois anos.
Economia e Inclusão Social
Na proposta de Orçamento de 2025, o governo prevê uma economia de R$ 2,3 bilhões com a revisão do Bolsa Família, retornando ao orçamento de 2023, que era de R$ 166,3 bilhões. Embora o governo busque limpar o cadastro de beneficiários, ele também se empenha em incluir novas famílias que estão em situação de vulnerabilidade. De acordo com o ministro Wellington Dias, até o momento, 3,7 milhões de beneficiários foram excluídos, enquanto 4,4 milhões de novos beneficiários foram identificados e estão sendo integrados ao programa.
Essas ações visam não apenas garantir a sustentabilidade do Bolsa Família, mas também assegurar que o suporte chegue a quem realmente necessita. O trabalho em conjunto com o Ministério da Saúde tem contribuído para a identificação de famílias invisíveis, que ainda não estavam inseridas no programa, mas que se enquadram nos critérios necessários.
Imagem: Freepik e Envato / Reprodução: Meu Cadastro Único